Filosofia, perguntado por aeiou014036, 10 meses atrás

(FCC) Leia o texto.

Nas práticas arcaicas, o discurso não constata o real, ele performativamente o faz ser. (...) No discurso "racional" diz-se que as coisas são tais; logo, diz-se a verdade: subordina-se a verdade ao real que ela enuncia. (...) A passagem às práticas racionais de veridicidade pode, portanto, ser descrita como uma inversão: da autoridade do mestre como abonador da realidade daquilo que ele fala à autoridade da realidade como abonadora da veridicidade do que diz o locutor.

Nesse texto, Francis Wolff aponta uma das várias diferenças fundamentais entre o discurso racional e o discurso arcaico ou mítico. Com base nessas informações e no que foi estudado a respeito do assunto, é correto dizer que no discurso

Escolha uma:
a. racional a verdade e a realidade estão subordinadas a seu enunciador.
b. racional a verdade depende de práticas rituais que instituem a própria realidade.
c. racional a realidade é instituída performativamente pelo elocutor.
d. racional a verdade é subordinada à realidade das coisas que se busca descrever.
e. mítico a verdade impõe-se pela realidade das coisas, a despeito do mestre que o profere.

Soluções para a tarefa

Respondido por EduardoPLopes
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A alternativa A é falsa, pois a verdade está submetida à verificação de critérios reais que determinam se o discurso é falso ou não, independendo a verdade ou falsidade de um discurso da pessoa que o profere - autoridades podem dizer falsidades e pessoas vulgares podem dizer verdades.

A alternativa B é falsa, pois o discurso racional independe de performances ritualísticas.

A alternativa C é falsa pois, novamente, a verdade depende da análise de critérios estabelecidos para a verdade, e não de performances.

A alternativa D é a alternativa verdadeira e descreve corretamente o modo como a verdade deve ser compreendida em uma perspectiva racional, principalmente no empirismo.

A alternativa E é falsa pois, no discurso mítico, a autoridade de quem o profere é importante e não há subordinação à realidade das coisas - que, mutias vezes, nem sequer existem concretamente.
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