Fazer um cordel sobre os negros
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Peço licença a você
Que ouve meu prosear
Vamos refletir um pouco
Sobre nosso caminhar
As histórias d'além África
Que venho aqui pra contar.
Nossa origem é muito nobre
E não tinha escravidão
Compreender esse fato
Muda sua redação
Quanto mais abrir a mente
Some a discriminação.
Não descendemos de escravos
Makota já alertou
Mas, fomos escravizados
E nem isso eliminou
Tanto talento, beleza...
Nosso canto anunciou.
Fala Kuti e Afrobeat
Pérola Negra e Zumbi
Clementina, Magareth
Valem mais que um rubi
Luta, arte e a cultura
Que não cabem num gibi.
Nossa luta tem pegada
Registros pra se escolher
Aqualtume, Acotirene
Exemplos a se colher
Milton Santos e Mandela
É só a mente acolher.
O que é coisa de preto?
É ficar limpando o chão?
Não ser líder do partido?
Nem chefe da redação?
Se você só pensa assim
Reveja a opinião.
Não guarde seu preconceito
Demostre sua visão
Não despreze nosso credo
Com sua bíblia na mão
Nosso Oxum e Olorum
Habita é no coração.
O nosso cabelo é lindo
Trançado ou pixaim
O nosso batuque anima
Mas não faz nada ruim
Mas uma fé que maltrata
Fere você e a mim.
Novembro reflete a luta
De uma matriz genial
Vinda de outro continente
Angola, Benguela, Guiné-Bissau...
Raízes da resistência
Fé e saber ancestral.
Consciência não tem cor
Ouço por aí dizer
Concordando com o fato
Lhe convido a combater
Toda forma de racimo
É preciso desfazer.
Navio negreiro trouxe
No porão, além de dor
A Quizomba, a capoeira...
Foi resistindo ao senhor
Babileke, Balafon,
São cantigas de tambor.
Em seus porões, viajava
Uma outra religião
Estranha aos portugueses
Sofrendo perseguição
Chamada feitiçaria
Mesmo após a abolição.
Você me impõe o seu credo
Em tudo que é local
Padre, freira e pastor
Grita alto no canal
Celebrar o meu axé
Vira pecado mortal.
Sua bíblia, sua espada
Não mata meu Candomblé
Nem todo o amém do mundo
Encobriu meu afoxé,
Maracatu, nosso coco
Samba na Ponta do pé.
Não fomos acomodados
Como teimam ensinar
A revolta dos malês
Quem lê pode constatar
A nossa luta diária
Resistindo o escravizar.
Antes que julgue meu credo
Deixe meu culto explicar
Na sua fé é batismo
Na minha é Catular
Você mergulha na água
Vou a cabeça raspar.
Se bebem sangue de Cristo
Pra com a fé comungar
Outras passagens falam
De um cordeiro imolar
Ignoram mesmo ato
Presente no Catular.
O que chamas de matança
Maldade e “demoniar"
É apenas oferenda
"Hóstia" do Catular
Sagração da divindade
Que se passa a Cultuar.
Batizado e catulado
Bebem da mesma visão
Os símbolos são diferentes
Cada um é sagração
Como rito de passagem
Onde se faz comunhão.
Tentei aqui descrever
Um pouco da nossa glória
Do passado do presente
Mostrar nossa trajetória
Debater o preconceito
Que persiste na história.
Reafirmando a luta
Concluo aqui meu cordel
Em busca de consciência
Foi que usei o papel
Vamos unir nossa luta
Pintar um novo painel.
Que ouve meu prosear
Vamos refletir um pouco
Sobre nosso caminhar
As histórias d'além África
Que venho aqui pra contar.
Nossa origem é muito nobre
E não tinha escravidão
Compreender esse fato
Muda sua redação
Quanto mais abrir a mente
Some a discriminação.
Não descendemos de escravos
Makota já alertou
Mas, fomos escravizados
E nem isso eliminou
Tanto talento, beleza...
Nosso canto anunciou.
Fala Kuti e Afrobeat
Pérola Negra e Zumbi
Clementina, Magareth
Valem mais que um rubi
Luta, arte e a cultura
Que não cabem num gibi.
Nossa luta tem pegada
Registros pra se escolher
Aqualtume, Acotirene
Exemplos a se colher
Milton Santos e Mandela
É só a mente acolher.
O que é coisa de preto?
É ficar limpando o chão?
Não ser líder do partido?
Nem chefe da redação?
Se você só pensa assim
Reveja a opinião.
Não guarde seu preconceito
Demostre sua visão
Não despreze nosso credo
Com sua bíblia na mão
Nosso Oxum e Olorum
Habita é no coração.
O nosso cabelo é lindo
Trançado ou pixaim
O nosso batuque anima
Mas não faz nada ruim
Mas uma fé que maltrata
Fere você e a mim.
Novembro reflete a luta
De uma matriz genial
Vinda de outro continente
Angola, Benguela, Guiné-Bissau...
Raízes da resistência
Fé e saber ancestral.
Consciência não tem cor
Ouço por aí dizer
Concordando com o fato
Lhe convido a combater
Toda forma de racimo
É preciso desfazer.
Navio negreiro trouxe
No porão, além de dor
A Quizomba, a capoeira...
Foi resistindo ao senhor
Babileke, Balafon,
São cantigas de tambor.
Em seus porões, viajava
Uma outra religião
Estranha aos portugueses
Sofrendo perseguição
Chamada feitiçaria
Mesmo após a abolição.
Você me impõe o seu credo
Em tudo que é local
Padre, freira e pastor
Grita alto no canal
Celebrar o meu axé
Vira pecado mortal.
Sua bíblia, sua espada
Não mata meu Candomblé
Nem todo o amém do mundo
Encobriu meu afoxé,
Maracatu, nosso coco
Samba na Ponta do pé.
Não fomos acomodados
Como teimam ensinar
A revolta dos malês
Quem lê pode constatar
A nossa luta diária
Resistindo o escravizar.
Antes que julgue meu credo
Deixe meu culto explicar
Na sua fé é batismo
Na minha é Catular
Você mergulha na água
Vou a cabeça raspar.
Se bebem sangue de Cristo
Pra com a fé comungar
Outras passagens falam
De um cordeiro imolar
Ignoram mesmo ato
Presente no Catular.
O que chamas de matança
Maldade e “demoniar"
É apenas oferenda
"Hóstia" do Catular
Sagração da divindade
Que se passa a Cultuar.
Batizado e catulado
Bebem da mesma visão
Os símbolos são diferentes
Cada um é sagração
Como rito de passagem
Onde se faz comunhão.
Tentei aqui descrever
Um pouco da nossa glória
Do passado do presente
Mostrar nossa trajetória
Debater o preconceito
Que persiste na história.
Reafirmando a luta
Concluo aqui meu cordel
Em busca de consciência
Foi que usei o papel
Vamos unir nossa luta
Pintar um novo painel.
carolsilva200822:
vc q criou esse cordel ??
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