Faz pelo menos dois anos que o mundo aguarda uma pandemia do calibre da gripe espanhola, que matou mais de 20 milhões de pessoas entre 1918 e 1920. Se não provocou ainda a epidemia globalizada, porém, a cepa pré- apocaliptica do vírus H5N1 já garantiu um belo surto de pânico midiático.
Nunca os jornais falaram tanto de algo que não aconteceu. Talvez, apenas, na nunca materializada pandemia de Sars, a “pneumonia asiática” que tirou o sono de muita gente em novembro de 2002 e causou menos de 800 mortes.
O terror na forma de vírus vem mais uma vez da Ásia. A mortandade de aves domésticas e casos isolados de pessoas infectadas com o H5N1 se espalharam pelo Oriente a partir de 2003 e daí, periodicamente, para as manchetes do mundo todo. O contágio jornalístico parece muito mais fácil que o físico.
A argumentação desenvolvida ao longo do texto visa a justificar a seguinte proposição:
A
não há qualquer risco de que o vírus H5N1 provoque uma pandemia do calibre da gripe espanhola, que matou mais de 20 milhões de pessoas entre l918 e 1920;
B
a hipótese de que o vírus H5N1 dê origem a uma pandemia no Ocidente existe, mas é remota, pois condicionada a fatores de ocorrência no mínimo pouco provável;
C
a imprensa, que necessita sempre de matéria sensacionalista para alimentar seu noticiário, provoca muitas vezes um pânico infundado no seio da população;
D
a aquisição e estocagem de remédio específico no combate ao vírus H5N1 é inútil e desnecessária, pois o vírus tende à mutação se transmitido entre pessoas;
E
o Oriente é o grande responsável pela proliferação de pandemias como a “pneumonia asiática” e, mais recentemente, a popularmente conhecida “gripe do frango”
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