"Faz alguns anos já, dei-me conta de que admitira desde a infância muitas coisas falsas por verdadeiras e de quão duvidoso era o que depois sobre elas construí. Era preciso, portanto, que, uma vez na vida, fossem postas abaixo todas as coisas, todas as opiniões em que até então confiara, recomeçando dos primeiros fundamentos, se desejasse estabelecer em algum momento algo firme e permanente nas ciências." (DESCARTES, René. Meditações sobre filosofia primeira. Campinas/SP: Unicamp, 2004. p. 21.)
Tomando por base o trecho de Descartes, refletindo sobre a problemática do conhecimento, pense sobre as asserções abaixo, buscando reconhecer a(s) que seja(m) verdadeira(s).
I. Tendo a dúvida como um instrumento para que o pensamento não seja enganado, o autor propõe que seja revisto o conhecimento adquirido durante os anos; conhecendo melhor suas ideias, podemos afirmar que, de modo específico, ele põe em xeque os dados fornecidos pelos sentidos.
II. A busca pela verdade é guia quando se problematiza o conhecimento. Descartes, ao indicar a necessidade de que os fundamentos do que conhece sejam revistos, acaba se lançando em uma falta total de fundamento – o que prejudicará o estabelecimento de sua filosofia, já que a dúvida não levará a nenhum ponto de apoio.
III. Duvidar daquilo em que se acredita, do modo como proposto pelo autor, pode ser entendido como um dos elementos que constituem a postura ativa e crítica diante do conhecimento – algo tão caro no âmbito educacional.
Assinale uma alternativa que apresenta apenas a(s) asserção(ões) correta(s):
Escolha uma:
a. Apenas I está correta.
b. Apenas II está correta.
c. Apenas I e III estão corretas.
d. Apenas III está correta.
e. Apenas I e II estão corretas.
Soluções para a tarefa
Respondido por
157
c. Apenas I e III estão corretas.
Respondido por
85
Resposta:
c. Apenas I e III estão corretas.
Explicação:
Descartes s e utiliz a da dúvida c om o ins trum ento que pod eria l ibertar o pens amento de dados fals os – dados que, na verdade, são adv indos dos s entidos. Com tal objetivo, ele ap lic a a dúvid a hiperb ólic a, ou s eja, aque la que abarc a tudo o qu e era ent endido c omo verdadeiro e em um m ovimento s em fim . No entanto, s ua filos ofia n ão c ai em um vaz io de fundam ento – pelo c ontrário, por meio da dú vida, o autor c hega a o rec onhec imento do fundam ento primeiro de toda s ua filos ofia : o “pens o, log o exis to”. Nes s e s entido, a proposiç ão II es tá inc orreta.
Perguntas interessantes