História, perguntado por MariaLuizaG1, 1 ano atrás

Fale sobre os Concílios Cristológicos.

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Respondido por ingridysantana12
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Segunda parte da série sobre os Concílios Cristológicos, para ler a  primeira matéria Clique aqui, é importante para que entenda está.

Este é o Concílio de Calcedônia, aconteceu em 451 e combateu mais uma heresia, desta vez do monge Êutiques, que acreditava que a humanidade de Cristo havia sido absorvida pela divindade quando este se fez carne no ventre de Maria!

Vocabulário:

União hipostática(união mística ou dupla natureza de Cristo) =  é a doutrina clássica da cristologia que afirma ter Jesus Cristo duas naturezas, sendo homem e Deus ao mesmo tempo.

Soteriológica (vem de soteriologia) = o estudo da salvação humana. A palavra é formada a partir de dois termos gregos Σοτεριος [Soterios], que significa “salvação” e λογος [logos], que significa “palavra”, ou “princípio”.

consubstancial = que só possui uma substância ( ou tem a mesma substancia)

O concílio de Calcedônia – 451

Éfeso explicou o significado da encarnação nos termos da “união hipostática”. Desse modo, realçou a unidade, mas prescindiu a distinção entre a divindade e a humanidade. E é nesse ponto, exatamente, que Calcedônia completa Éfeso. Além disso, Calcedônia apresenta um avanço também no vocabulário expositivo do mistério de Jesus Cristo.

Na verdade, a problemática de Calcedônia centra-se na questão da humanidade de Jesus, ou seja: se o Verbo de Deus assumiu em si a natureza humana, o que acontece a essa natureza, no processo de união? Mantém-se em sua realidade humana ou é absorvida pela divindade do Filho de Deus?

A “Fórmula da União” acatada por João de Antioquia e Cirilo de Alexandria declarava que o filho de Deus é “Consubstancial (homousios) conosco, segundo a humanidade”, Qual o sentido disso?

Êutiques, monge de Constantinopla, admitia que Cristo provém de (ek) duas naturezas, mas sem permanecer em (en) duas naturezas após o processo de união. Para ele, essa união foi como uma “mistura” (krasis), em que o humano foi absorvido pelo divino e, conseqüentemente, Cristo não é “consubstancial” conosco, na humanidade.

Utilizando-se de expressões polêmicas de Cirilo e ainda alternando o sentido delas, Êutiques acabou defendendo que, mantida a união, só há em Cristo uma única natureza, já que a natureza humana se diluiu na divina. Punha-se em perigo, assim,mais uma vez a realidade da mediação singular de Jesus Cristo entre Deus e a humanidade. Se esta é absorvida pela divindade do Verbo, Jesus realizada a união, não é mais verdadeiramente homem. E, anulando-se a verdade da mediação de Cristo, desfaz-se, de novo, a realidade escandalosa da encarnação. Essas foram as implicações do monofisismo.

Nesse contexto, o papa Leão Magno escreveu ao patriarca de Constantinopla, Flaviano, uma carta dogmática, chamada “Tomus”. O pontífice concorda aí com Cirilo de Alexandria, afirmando a unidade de Cristo: “Ele nasceu com a íntegra e perfeita natureza verdadeiro homem e verdadeiro Deus , completo (como Deus e como homem)…”. mas sua linguagem está mais próxima da escola antioquena. Como a “Fórmula da União”, Leão Magno também fala, explicita e deliberadamente, de “duas naturezas”, cada uma delas com suas características: “Preservadas a propriedade de uma e a de outra, elas se unem numa só pessoa”; ambas completam, em comunhão mútua, o que é próprio ( de cada uma)…”.

Fica ainda por se articular o acordo de linguagem entre a corrente antioquena, representada pela “Tomus” de Leão a Flaviano, e a escola de Alexandria, exemplificada pela carta de Cirilo a Nestório.

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