Fale sobre o impacto do comercio de escravos até o século XX
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O impacto da escravidão e do comércio de escravos sobre o continente africano
Desde que John Fage incorporou os números apresentados pelo Censo de Curtin, em 1969, e com eles construiu a tese de que o comércio atlântico de escravos não teve um impacto tão profundo nas sociedades africanas como imaginado por alguns, este se tornou um tópico de acalorada discussão entre historiadores dedicados ao tema. Para Fage, a participação da África no comércio atlântico de escravos apenas retardou o crescimento populacional em regiões como a África Ocidental, mas esse impacto não representou o desastre demográfico defendido por autores como Walter Rodney, nem causou as transformações defendidas por Paul Lovejoy.
Patrick Manning foi outro historiador do tema que procurou rebater as conclusões de John Fage em relação ao impacto da escravidão e do comércio de escravos sobre as sociedades africanas. Para Manning, as análises de Fage levam a uma conclusão quantitativa explicita de que não houve despovoamento na África em decorrência da escravidão e uma conclusão quantitativa implícita de que também não houve transformação social ou demográfica nas áreas envolvidas com o comércio de escravos. Para criticar essas conclusões, Manning criou o que chama de “modelo demográfico desagregado”, que leva em conta fatores como preço, idade e gênero dos escravos exportados para determinar o impacto do comércio sobre as sociedades que forneceram esses escravos. Este modelo pretende também tornar possível a comparação deste impacto em diferentes regiões africanas, como no caso da África Ocidental e da África Centro-Ocidental