fale sobre o doping, corrupção e a violência nos esportes
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A decisão da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, sigla na versão inglesa), de suspender provisoriamente a federação russa e os atletas por ela representados de todas as competições oficiais, encaminha para um saída positiva a questão das acusações de recurso indiscriminado ao doping. As suspeitas de que o uso de estimulantes para melhorar marcas e vencer provas seria prática corrente na Rússia, inclusive com o aval de dirigentes da entidade agora punida, ganharam corpo em dezembro do ano passado, num documentário transmitido pela televisão alemã.
O escândalo provocou uma crise sem precedentes no atletismo mundial. A punição imposta aos responsáveis dá o tom da gravidade das denúncias, mas trata do problema apenas no campo administrativo. Ainda que a suspensão dos atletas seja uma forma de inibir uma prática antiesportiva (que, ficando sem resposta exemplar, soaria como licença para a esperteza nas pistas), a medida disciplinar não alcança o aspecto ético da questão. Neste caso, as raízes são mais profundas, pois dizem respeito a um aspecto em que, preocupantemente, o paradigma da honestidade em sido alvo de constantes agravos.
Neste particular, a Rússia não inova na fraude. Na finada União Soviética, era notório que o estímulo dado aos atletas para quebrar recordes e alcançar notáveis marcas em competições internacionais ia além do enaltecimento das qualidades do socialismo no aprimoramento físico para o esporte. O doping era um ingrediente mais ativo — princípio que se espalhou por quase todos os países do Leste Europeu à época obedientes às regras de Moscou. A Cortina de Ferro desapareceu, mas o mau exemplo do turbinamento sintético não sumiu de pistas e raias. Ao contrário, contaminou diversas modalidades mundo afora.
Até então aparentemente tópicos, casos como o do ciclista americano Lance Armstrong e do corredor canadense Ben Johnson — despojados de títulos por terem se dopado — surgem no noticiário esportivo com inquietante constância. Entre outras razões, porque à falência ética de dirigentes e atletas juntou-se a particularidade de a tecnologia do doping ter ultrapassado os avanços no campo dos exames. Unidas, são uma inegável fonte de estímulo à torpeza no esporte.
O doping envolve a suspeita de uso de doping para melhorar marcas e ganhar jogos. Embora suspender um atleta seja uma prática antidesportiva para restringir (se não responder, parece uma permissão inteligente nas pistas), a medida disciplinar não aborda o lado ético da questão.
Doping nos esportes com possível corrupção
Isso porque as peculiaridades da tecnologia de doping ultrapassaram os avanços no campo da testagem, somando-se a falha moral de dirigentes e atletas. Combinados, eles são uma fonte inegável de estimular práticas corruptivas e trapaça esportiva.
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