História, perguntado por rosebaker, 3 meses atrás

FALE SOBRE O CASO RIOCENTRO

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Respondido por Munizescata
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Resposta:

Atentado do Riocentro foi um frustrado ataque a bomba ao Centro de Convenções do Riocentro, no Rio de Janeiro, na noite de 30 de abril de 1981, quando ali se realizava um espetáculo comemorativo do Dia do Trabalhador, durante o período da ditadura militar no Brasil. O atentado, perpetrado por setores do Exército Brasileiro insatisfeitos com a abertura democrática que vinha sendo feita pelo regime, ajudou a apressar a redemocratização do país, completada quatro anos depois, com a primeira eleição presidencial realizada no Brasil em vinte e quatro anos.[1]

As bombas, levadas ao complexo num carro esportivo civil Puma GTE, seriam plantadas no pavilhão pelo sargento Guilherme Pereira do Rosário e pelo capitão Wilson Dias Machado. Com o evento já em andamento, uma das bombas explodiu prematuramente dentro do carro onde estavam os dois militares, no estacionamento do Riocentro, matando o sargento e ferindo gravemente o capitão Machado. Uma segunda explosão ocorreu a alguns quilômetros de distância, na miniestação elétrica responsável pelo fornecimento de energia do Riocentro. A bomba foi jogada por cima do muro da miniestação, mas explodiu em seu pátio e a eletricidade do pavilhão não chegou a ser interrompida. Na tentativa de encobrir o fracasso da operação, o SNI - Serviço Nacional de Informações culpou as organizações de esquerda – na época já extintas – pelo ataque. Essa hipótese já não tinha sustentação na época e anos mais tarde se comprovou, inclusive por confissão,[2][3] que ele foi uma tentativa de setores mais radicais do governo (principalmente do CIEx e do SNI) de, colocando a culpa na oposição radical pela carnificina prevista a acontecer, convencer os setores mais moderados de que era necessária uma nova onda de repressão de modo a paralisar a lenta abertura política que estava em andamento.[2][3]

A abertura de um Inquérito Policial Militar, porém, fracassou em estabelecer os responsáveis do regime, levando à renúncia do general Golbery do Couto e Silva, Chefe da Casa Civil do governo do general João Figueiredo e um dos criadores do SNI, e ao arquivamento do caso. Novamente reaberto em 1999, após o aparecimento de novas evidências, três meses de investigação autorizadas pela procuradoria-geral da República, considerando que o ato não estava coberto pela Lei da Anistia – que anistiava crimes políticos entre 1961 e 1979 – resultaram na condenação do capitão Machado por homicídio culposo, estendida ao sargento Rosário se estivesse vivo, do indiciamento por falso testemunho e desobediência do general da reserva Newton Cruz e do coronel Freddie Perdigão, falecido dois anos antes, por comandar a operação. O caso entretanto foi arquivado no mesmo ano sem qualquer punição aos envolvidos por decisão do Superior Tribunal Militar, que se considerou sem condições de mais punir os responsáveis, já que uma decisão anterior do próprio tribunal enquadrou o caso na Lei da Anistia.[1]

Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade apresentou um relatório preliminar sobre o atentado, afirmando que ele fez parte de uma ação articulada do Estado brasileiro.[4] O episódio, com seus desdobramentos, tornou-se um marco da decadência e do esgotamento do regime militar no Brasil, que daria lugar dali a quatro anos ao restabelecimento da democracia.

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