FALE SOBRE ''INACIO POROCA'' E COMO ELE VIVIA NAQUELA CIDADE?
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Foram duas as incursões de Mazzaropi pelo faroeste em suas 32 comédias. Oportunista, o ator-produtor-diretor abordava temas em moda e fez filmes falando de futebol, do cangaço, de rua da moda, de personagem de novela de TV, respectivamente em “O Corintiano”, “O Lamparina”, “O Puritano da Rua Augusta” e “Betão Ronca Ferro”. No final dos anos 60 Mazzaropi decidiu que era hora de parodiar os spaghetti-westerns que faziam sucesso entre o público brasileiro ‘remendando’ o já lendário personagem criado por Sergio Corbucci.
SURGE DJECA - Django já havia tido uma série de imitações na própria Itália que exportou faroestes com aventuras dos mais diversos djangos como por exemplo em: “Uma Bala para Django”, “Django e Sartana Estão Chegando... É o Fim”, “Django Desafia Sartana”, “Django não Perdoa”, “Django, o Último Matador”, “Django Dispara Primeiro”, “Django, o Bastardo”, “Djurado”, “Viva Django!”, “Django, Adeus”, “Um Homem Chamado Django”, “Não Espere, Django, Dispara!”, “O Filho de Django”, “Alguns Dólares para Django”. Quando parecia que já se havia extraído a última gota de sangue de Django, eis que ali em Taubaté, nos estúdios da PAM, na Fazenda Santa, Mazzaropi decidiu criar, em 1969, a versão brasileira de Django em “Uma Pistola para Djeca”. O Djeca de Mazzaropi chamou-se Gumercindo e lutou contra o poderoso fazendeiro Coronel Arnaldo e seus homens. Muito bem recebido pelo público, como era de se esperar, essa paródia não pode ser relacionada entre os melhores trabalhos de Mazzaropi, mas os fãs não precisaram esperar muito tempo para ver assistir a outro bang-bang valeparaibano.
O XERIFE INÁCIO POROROCA– Em 1972 Mazzaropi lançou “O Grande Xerife”, comédia em que se transformou no chefe do correio de Vila do Céu, cidade que se assusta com a chegada do facínora João Bigode que mata o xerife local. O próprio João Bigode nomeia então Inácio Pororoca como xerife acreditando que possa fazer o que quiser com o novo homem-da-lei. Acontece que, assim como já havia ocorrido com Charles Winninger em “Atire a Primeira Pedra” (Destry Rides Again), o novo xerife se enche de coragem e enfrenta o malvado mustachudo. Mas ao contrário do simpático xerife de Bottleneck, amigo de Destry (James Stewart), que morre no filme de George Marshall, Inácio Pororoca expulsa o vilão da cidade, onde a paz volta a reinar.
FAROESTE-CABOCLO - O argumento de “O Grande Xerife” é de autoria de Marcos Rey e encontrou Mazzaropi excepcionalmente inspirado como mocinho-caipira. Fazendo uso de sua ‘espingarda de matar veado na curva’, o grande cômico está mais engraçado que nunca nessa comédia com ritmo perfeito. Muitos anos antes, “Matar ou Correr”, havia sido produzido pela Atlântida em 1953, era uma paródia do Velho Oeste norte-americano. Paralelamente surgiu “O Cangaceiro”, da Vera Cruz, iniciando o ciclo dos nordesterns, faroestes passados no cangaço. Com “Da Terra Nasce o Ódio”, “Homens Sem Paz” e “A Lei do Sertão”, inicia-se o faroeste-caboclo no interior de São Paulo, do qual “Meu Nome é Tonho” de Ozualdo Candeias, pode ser considerado um clássico. Muitos dos faroestes-caboclo derraparam para o riso, seja pelas atuações amadorísticas dos atores, seja pela cenografia bizarra. “O Grande Xerife” nunca deixa esquecer que é uma comédia e a presença de Mazzaropi com seu humor que vai do ingênuo ao malicioso é a garantia de gostosas gargalhadas, num exemplo autêntico de faroeste-caboclo do cinema brasileiro. Uma pena que este tenha sido o derradeiro filme de Mazzaropi no gênero.
TALENTO RECONHECIDO - O tão desdenhado Mazzaropi se tornou uma quase unanimidade nacional, consagrado especial-mente após sua morte, em 13 de junho de 1981. Máximo Barros era a voz solitária lembrando das qualidades de Mazzaropi não só como ator mas também como produtor e criador de gags. Com o passar dos anos foi aumentando o número daqueles que se diziam admiradores de Mazzaropi e dos personagens por ele criado. Entre aqueles que fizeram uma méa culpalembro de Ignácio de Loyola Brandão que com humildade reconheceu que não havia dado o devido valor que Mazzaropi sempre mereceu. Nascido no dia 9 de abril de 1912 em São Paulo, na Rua Vitorino Carmilo, na Barra Funda, Amacio Mazzaropi mudou-se ainda pequeno com a família para Taubaté. Depois de atuar no circo, no rádio e na TV Mazzaropi consagrou-se como o maior nome das bilheterias do cinema nacional, ídolo das camadas mais humildes da população e fez também seus faroestes. No dia de hoje comemora-se o centenário de nascimento do caipira mais famoso e engraçado do Brasil, Amacio Mazzaropi. WESTERNCINEMANIA presta a ele esta homenagem.
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