fale sobre as punições aos rebeldes
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Resposta:
A punição dada pelo PDT de suspender das atividades partidárias os oito deputados federais que votaram a favor da reforma da Previdência, contrariando decisão da Executiva Nacional, reabriu a discussão sobre a autonomia dos filiados e o papel das siglas partidárias. Pedetistas da bancada cearense chancelam o posicionamento do partido, mas cientistas políticos ouvidos pelo Diário do Nordeste, por outro lado, expõem um desafio que as legendas terão pela frente de dialogar com movimentos políticos independentes.
Isso porque, entre os "rebeldes" do PDT que votaram a favor da reforma na Câmara Federal, o caso que ganhou mais repercussão foi o da deputada Tabata Amaral (SP). Ela pertence ao movimento Acredito, fundado em 2017, com a bandeira da renovação política e, na lógica do grupo, de ser contra a polarização no sistema, Tabata se posicionou a favor da proposta de mudanças na aposentadoria, contrariando a orientação do PDT aos seus filiados.
Diante de críticas nas redes sociais, a parlamentar justificou que o voto foi de "consciência, não por dinheiro" e criticou a decisão do PDT de fechar questão na votação. "Fechar questão contra a proposta do Governo era ignorar que a Previdência é um assunto sério e que necessita de uma revisão e um tratamento igualmente sério", defendeu.
A decisão de Tabata e de outros sete pedetistas - de votar a favor da reforma da Previdência no primeiro turno -, no entanto, desagradou lideranças do partido. O ex-presidenciável pedetista Ciro Gomes afirmou, em entrevista à imprensa, que a deputada "cometeu um erro indesculpável" e chamou o movimento ao qual Tabata pertence de "partido clandestino".
'Erro'
"Você pega um partido clandestino, que tem suas regras próprias, seu programa próprio, se infiltra nos outros partidos e usa os outros partidos, fundo partidário, tempo de TV, coeficiente eleitoral para se eleger e fazer o serviço de outro partido?", questionou Ciro. "É um problema de dupla militância, não tem nada a ver com a compreensão de reforma da Previdência que nós temos", completou.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, também disse, ontem, que o partido não aceitará mais filiados ligados a grupos suprapartidários da sociedade civil e avaliou que foi um "erro" dele e do ex-governador cearense a filiação da deputada federal.
"O partido não dará legenda nem a vereador, deputado ou qualquer filiado que tenha financiamento clandestino. Financiamento patrocinado por organizações pessoais, privadas, particulares, de gente muito poderosa que se utiliza de grupos para financiar e ter os votos de parlamentares dentro da sigla do PDT".
Como punição aos deputados pelo descumprimento da decisão do partido quanto à reforma, o PDT abriu processo na Comissão de Ética, que pode resultar em expulsão, e suspendeu os oito parlamentares das atividades do partido.
Explicação:
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