fale sobre as cidades Atenas e Esparta
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A Cidade de Atenas
A cidade de Atenas, localizada na Ática, foi fundada pelos jônios. Os jônios estabeleceram-se próximo ao mar Egeu e dedicaram-se à pesca e ao comércio marítimo, além de construir portos.
A sociedade ateniense era formada pelos eupátridas (grandes proprietários de terras), georghois (pequenos proprietários), thetas (não possuíam terras e eram trabalhadores assalariados) e demiurgos (artesãos e comerciantes estrangeiros).
No século VIII a.C., Atenas era governada por um rei, chamado de basileus, que era indicado e assessorado por uma assembléia da qual só participavam os eupátridas. Em dado momento, os eupátridas destituíram o rei, colocando em seu lugar um grupo de aristocratas (arcontado), eleitos pelo conselho dos eupátridas. Dessa forma, o regime político tornou-se oligárquico.
A fim de diminuir a força dos eupátridas, Sólon criou um órgão legislativo chamado Conselho dos Quatrocentos (Bulé); assembléia destinada à elaboração das leis, e uma Assembléia do Povo (Eclésia); votava as leis e escolhia os Estrategos, que eram encarregados de executar as leis. Hiléia, tribunais de justiça.
As reformas de Sólon limitaram o poder dos eupátridas e favoreceram os novos comerciantes ricos. Mas, não atenderam a principal reclamação entre as camadas populares, que era a redistribuição de terras. Essa situação, levou à tirania. Para os gregos, tirano era o indivíduo que tomava o poder à força.
O primeiro tirano ateniense, Psístrato, melhorou a vida econômica e cultural do homem comum. Após sua morte, seus filhos Hípias e Hiparcos assumiram o poder, porém sem a competência do pai. Hiparcos foi morto por um eupátrida. Hípias foi deposto e expulso da cidade num golpe articulado e executado pelos nobres espartanos e eupátridas.
Após breve instabilidade política, Atenas sofreu uma rebelião popular, liderada por Clístenes. Em 509 a.C., Clístenes realizou reformas que deram origem à democracia.
Com as reformas de Clístenes, todos os cidadãos, não importando a condição econômica ou a profissão, podiam participar diretamente do governo. Entretanto, em Atenas, cidadão era o homem livre, filho de pai e mãe ateniense. Escravos, estrangeiros, mulheres e crianças estavam excluídos da democracia ateniense.
A Cidade de Esparta
Esparta, localizada na península do Peloponeso, foi fundada pelos dórios, que conseguiram dominar os aqueus e apossaram-se de suas terras.
Os espartanos obedeciam a uma rigorosa disciplinar militar, pois sua cultura era baseada na manutenção do poder pelas armas.
A sociedade espartana dividia-se em:
Esparciatas (ou espartanos): descendentes dos dórios, possuíam direitos políticos;
Periecos: viviam na periferia da cidade. Descendentes dos aqueus, dedicavam-se ao comércio e ao artesanato. Eram livres, porém sem direitos políticos;
Hilotas: compunham a maior parte da população, descendiam dos povos conquistados, principalmente dos messênios, eram escravos do Estado e cultivavam as terras dos espartanos.
A sociedade espartana era predominantemente guerreira. As razões se devem à necessidade de defesa de uma região fértil, numa península de solo árido, e as constantes ameaças dos escravos, que poderiam revoltar-se contra os espartanos.
De acordo com a tradição, o número de hilotas deveria ser cerca de seis vezes maior que o de espartanos. Quando essa proporção aumentava, os jovens espartanos promoviam a cripta, que consistia em invadir aldeias durante uma madrugada e matar o maior número de hilotas possível, sendo esta uma prova de coragem para os jovens tornarem-se cidadãos.
O governo seguia a Constituição de Esparta, criada pelo legislador Licurgo, personagem de origem lendária, que teria vivido no século IX a.C.
Alguns pesquisadores acreditam que essa Constituição foi obra de gerações de espartanos, adaptada a interesses pessoais.
A Constituição dividia o governo nos seguintes órgãos:
Diarquia: dois reis hereditários, de famílias diferentes, decidiam sobre questões militares e religiosas;
Gerúsia: conselho de anciãos, com 28 membros vitalícios, com mais de 60 anos, e os dois reis. Esses conselheiros, os gerontes, decidiam sobre política externa e julgavam crimes.
Apela: assembléia de cidadãos espartanos, com no mínimo 30 anos, que votavam sem emenda ou discussão as propostas da Gerúsia; seu voto podia ser anulado pelos gerontes.
Eforato: grupo de cinco éforos, eleitos pela Apela. O eforato fiscalizava os reis, a administração e a economia da cidade, inclusive podendo contrariar leis antigas, sendo o órgão mais poderoso de Esparta.
As cidades de Esparta e Atenas se formaram durante o período Arcaico, no contexto da formação das primeiras polis gregas, processo que se consolidou entre 700 a.C. a 500 a. C. quando os Genos (tribos) nômades se tornaram sedentários.
Mesmo que se denominassem Helenos e compartilharem de alguns costumes e tradições, como as divindades e os privilégios à aristocracia local, os gregos eram totalmente independentes entre si e possuíam diferenças marcantes, o que não permite afirmarmos a existência de uma nação grega. E, dentre todas as cidades, Esparta e Atenas constituíram as duas maiores antíteses da Grécia Antiga.
Espero ter ajudado.