Fale sobre a fábula positiva e negativa das 3 raças
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O racismo contido na “fábula das três raças”, que floresceu do final do século até hoje, tanto no campo erudito como no popular decorre da dificuldade de se pensar o Brasil e nossa hierarquia social.
Há uma “ideologia abrangente” permeando todas as camadas e espaços sociais: “preguiça do índio”, “melancolia do negro”, a “cupidez” e “estupidez”, do branco lusitano, responsáveis, nessa visão popular, pelo nosso atraso econômico e social, indigência cultural e a nossa necessidade de autoritarismo político, fator corretivo básico neste universo social que, entregue a si mesmo, só poderia degenerar. Assim, é o caso de perguntar se o racismo do famoso Conde de Gobineau está realmente morto!
É uma faceta da história do Brasil vista pelo seu prisma mais reacionário: como uma história de “raças”, não de homens.
O conhecimento social assim, se reduz a algo “natural”, como “raças”, “miscigenação” e traços biológicos de raças.
A fábula das três raças junta as 2 pontas da nossa cultura: o popular e o elaborado. Os três elementos: o branco, o negro e o indígena, claro que foram importantes na nossa história, mas há uma diferença entre a presença empírica dos elementos e seu uso como recurso ideológico na construção da identidade social brasileira.
Nos EUA, o recorte branco colonizador, índio e negro, formavam elementos visíveis empiricamente, negros e índios sendo colocados nos pólos inferiores de uma espécie de linha perpendicular, onde sempre os brancos figuravam acima- não há escala- ou se é índio ou negro, ou não é, não há gradações que possam pôr em risco aqueles que têm pleno direito à igualdade.
Nos EUA, não há um “triângulo de raças” e parece ser sumamente importante considerar como esse triângulo foi mantido como um dado fundamental na compreensão do Brasil pelos brasileiros. E mais, como essa triangulação étnica pela qual se arma geometricamente a “fábula das três raças”, tornou-se uma ideologia dominante, abrangente, capaz de permear a visão do povo, dos intelectuais, dos políticos e acadêmicos de esquerda e de direita, uns e outros gritando pela mestiçagem e se utilizando do “branco”, do “negro” e do “índio” como unidades básicas que explicam a exploração ou a redenção das massas.
As hierarquias sociais do “Antigo Regime”, ou seja, o regime anterior à Revolução Francesa, eram fundadas nas leis de Deus, da Igreja e de sangue. Como se Deus tivesse armado uma pirâmide social com os nobres, o Imperador, o Papa, legitimando de cima seus poderes no plano temporal e espiritual.
No caso brasileiro, a justificativa fundada na Igreja e no Catolicismo formalista que aqui chegou com a colonização portuguesa, foi o que deu direito à exploração da terra e à escravização de índios e negros- tal legitimação estava fundada numa poderosa junção de interesses religiosos, políticos e comerciais (moral, econômica, política e social que se constitui numa totalidade).
Não temos companhias particulares explorando a terra com olho apenas na atividade produtiva com leis individualizadas e sem independência da Coroa, como nos EUA. Aqui, era a Coroa portuguesa que, legitimada pela religião, pela política e pelos interesses econômicos, explorava soberanamente nosso território, gente fauna e flora. O jogo político estava submetido ao comercial até certo ponto. O rei mantinha o controle sobre os empreendimentos coloniais (a colonização portuguesa), motivado pela religião e pela política civilizatória.
Há uma “ideologia abrangente” permeando todas as camadas e espaços sociais: “preguiça do índio”, “melancolia do negro”, a “cupidez” e “estupidez”, do branco lusitano, responsáveis, nessa visão popular, pelo nosso atraso econômico e social, indigência cultural e a nossa necessidade de autoritarismo político, fator corretivo básico neste universo social que, entregue a si mesmo, só poderia degenerar. Assim, é o caso de perguntar se o racismo do famoso Conde de Gobineau está realmente morto!
É uma faceta da história do Brasil vista pelo seu prisma mais reacionário: como uma história de “raças”, não de homens.
O conhecimento social assim, se reduz a algo “natural”, como “raças”, “miscigenação” e traços biológicos de raças.
A fábula das três raças junta as 2 pontas da nossa cultura: o popular e o elaborado. Os três elementos: o branco, o negro e o indígena, claro que foram importantes na nossa história, mas há uma diferença entre a presença empírica dos elementos e seu uso como recurso ideológico na construção da identidade social brasileira.
Nos EUA, o recorte branco colonizador, índio e negro, formavam elementos visíveis empiricamente, negros e índios sendo colocados nos pólos inferiores de uma espécie de linha perpendicular, onde sempre os brancos figuravam acima- não há escala- ou se é índio ou negro, ou não é, não há gradações que possam pôr em risco aqueles que têm pleno direito à igualdade.
Nos EUA, não há um “triângulo de raças” e parece ser sumamente importante considerar como esse triângulo foi mantido como um dado fundamental na compreensão do Brasil pelos brasileiros. E mais, como essa triangulação étnica pela qual se arma geometricamente a “fábula das três raças”, tornou-se uma ideologia dominante, abrangente, capaz de permear a visão do povo, dos intelectuais, dos políticos e acadêmicos de esquerda e de direita, uns e outros gritando pela mestiçagem e se utilizando do “branco”, do “negro” e do “índio” como unidades básicas que explicam a exploração ou a redenção das massas.
As hierarquias sociais do “Antigo Regime”, ou seja, o regime anterior à Revolução Francesa, eram fundadas nas leis de Deus, da Igreja e de sangue. Como se Deus tivesse armado uma pirâmide social com os nobres, o Imperador, o Papa, legitimando de cima seus poderes no plano temporal e espiritual.
No caso brasileiro, a justificativa fundada na Igreja e no Catolicismo formalista que aqui chegou com a colonização portuguesa, foi o que deu direito à exploração da terra e à escravização de índios e negros- tal legitimação estava fundada numa poderosa junção de interesses religiosos, políticos e comerciais (moral, econômica, política e social que se constitui numa totalidade).
Não temos companhias particulares explorando a terra com olho apenas na atividade produtiva com leis individualizadas e sem independência da Coroa, como nos EUA. Aqui, era a Coroa portuguesa que, legitimada pela religião, pela política e pelos interesses econômicos, explorava soberanamente nosso território, gente fauna e flora. O jogo político estava submetido ao comercial até certo ponto. O rei mantinha o controle sobre os empreendimentos coloniais (a colonização portuguesa), motivado pela religião e pela política civilizatória.
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