fale sobre a experiência humana
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Resposta:
Temos dois modos de aprender e progredir na vida: um pela experiência dos outros e outro pela experiência própria. Teoricamente se fala de dois outros modos de conhecer: um, por dedução, partindo dos princípios para a aplicação; e outro, por indução, subindo da experiência para os princípios, ou da prática para descobrir as leis. Se não admitirmos princípios inatos, adquirimo-los pela experiência, a partir das quais procedemos à dedução.
É certo que cada pessoa, desde sua infância, tem e faz experiências. Mas fica muito limitada, tanto no espaço como no tempo. Fala-se até de complexo condicionado para denunciar certas práticas como inaudênticas. Nossas experiências pessoais necessitam de alguma comprovação de outros, que façam e confirmem a mesma coisa. Temos então como que uma lei estatística.
Por sorte ou dádiva, temos memória, e se inventaram meios para conservá-la ao longo dos tempos, quer por escrito, quer por monumentos, quer por gravações. A linguagem permite a conservação das experiências e, consequentemente, sua socialização. As experiências mais marcantes ficam gravadas na memória da humanidade e passam de geração em geração. Vão pautando sua vida. Muito mais que por ideias e princípios, são os costumes, as práticas e tradições que se propagam. S. Paulo, com todo o cabedal de conhecimentos que armazenou, chega a apelar para as tradições, dizendo que se alguém não quiser se convencer pelos argumentos, saiba que se trata de costumes entre eles. O que não passa para a vida, permanece abstrato e teórico, bom talvez para palestras, mas inócuo para a convivência.
A Igreja, no plano da fé, fala da Bíblia e da tradição para apresentar os canais pelos quais nos chega a revelação divina. A Bíblia traz a palavra escrita, e a tradição transmite a prática da fé. Uma é critério de hermenêutica da outra. Na base, porém, está um fato, que retrata uma experiência de duas mãos. De um lado está a Palavra de Deus, tornada visível pela Criação e em Jesus Cristo, onde assumiu um rosto humano; e, de outro lado, estão os discípulos, que a experimentam e acolhem. Nós não somos a palavra de Deus, mas seus discípulos. Portanto nos espelhamos na experiência que fizeram aqueles que creram. Eles nos mostram o que significa, concretamente, e o que implica esta palavra na vida humana. E isto ao longo dos séculos.
A humanidade faz, ao longo dos séculos, sua experiência de vida. Saímos em busca das origens e procuramos as fontes de nossa civilização. Assim como a memória de cada homem é frágil e esquece muitas coisas, ficando só com as mais significativas, acontece também com a humanidade: não consegue registrar nem transmitir todas as experiências que fez ao longo dos tempos. Infelizmente, assim como acontece com a memória de cada um, a memória da humanidade nem sempre esquece o que deveria esquecer e nem sempre lembra o que deveria lembrar. Faz, quase que sub-repticiamente, uma seleção, nem sempre proveitosa e feliz. Procede mais ou menos como nossos meios de comunicação, que distinguem acuradamente entre o joio e o trigo, mas, na hora da opção, preferem realçar somente o joio.
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