fale sobre a atualidade da argentina
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Não é de hoje que a Argentina, nossa vizinha, atravessa dificuldades motivadas por situações financeiras internacionais desfavoráveis. Em 1890 atravessou um momento um tanto parecido com a crise atual, só que degenerou numa tentativa revolucionária com a eclosão da chamada Revolução do Parque, que, apesar do seu fracasso, abriu caminho para um sistema político e eleitoral mais democrático. Época em que a União Cívica Radical, que atualmente está no poder com o presidente Fernando de la Rua, era um recém-fundado movimento de classe média que ousou desafiar o poderoso Partido da Autonomia Argentina, agremiação da oligarquia nacional.
Em Meio a Jantares e Cafés
"Havia um autêntico pânico entre os comerciantes e os banqueiros. Nas praças européias a situação argentina traduzia-se numa fria retração dos capitalistas em respeito a qualquer título do governo nacional ou dos provinciais. Esta atmosfera conduzia a um descontentamento cada vez mais ativo."
General Júlio Roca, 1890


Porto de Buenos Aires na entrada do século XX

Numa cidade farta e pródiga como a Buenos Aires dos finais do século 19, a mais elegante de todas as capitais das Américas de então, nada em estranhar-se que as confusões políticas, antes de desandar em tiros, começavam em banquetes, estendiam-se pelos cafés, restaurantes e até a churrascos coletivos. Não foi diferente com a chamada Revolução do Parque de 26 de julho de 1890, contemporânea à implantação da República no Brasil. O governo do então presidente Juárez Celman, que assumira em 1886, fazia água por todos os lados. Apesar de ter tomado medidas avançadas tais como a adoção do casamento civil e de ter estimulado ainda mais a chegada de imigrantes (em 1889/90 mais de 200 mil desembarcaram em Buenos Aires), abateu-o a crise financeira internacional com um sem-fim de bancarrotas, falências e concordatas que varreram o mundo daquela época (estimulando a deposição de Balmaceda no Chile, o Encilhamento seguido do levante da Armada no Brasil, e a Revolta Federalista no RGS). Turbulência que se estendeu até 1907, quando velho banqueiro T. P. Morgan amansou o dragão em Nova Iorque com um par de iniciativas.
Um País Rico
A Argentina na segunda metade do século 19 despontava como uma das maiores promessas de riqueza para os imigrantes brancos que vieram da Espanha, da Itália, da Irlanda e tantos outros lugares que para lá se dirigiam. Apesar de estar muito distante dos grandes centros migratórios da Europa - ao ponto de um verso de Borges dizer: como quien viene de tan lejos que no espera llegar (como quem vem de tão longe que não espera chegar, Luna de enfrente, 1925) - a Argentina, com suas terras planas, fertilíssimas, que se espalhavam pelo imenso pampa, oferecia-se tanto para a agricultura (trigo e milho) como para a criação de gado (em 1890 havia 23 milhões de cabeças vacum, 70 milhões de ovelhas e 4,5 milhões de eqüinos). Toda a área do chamado pampa chico, o pampa pequeno, na província de Buenos Aires, transformou-se numa dinâmica lavoura e pasto de lanares, atraindo bascos, irlandeses e italianos. A Patagônia, bem mais ao sul, depois que o general Roca expulsou os índios da região em 1878/9 (na assim dita Conquista do Deserto), integrando ao estado-nacional argentino milhares de quilômetros quadrados, teve a sua a terra foi vendida à grandes empreendimentos estancieiros, muitos deles ingleses. No sul do país formaram-se então os latifúndios dedicados ao gado de corte e de tosa, voltado à exportação. Com a capitulação final do cacique Namuncurá em Neuquén, em 1883, desapareceu a Argentina crioula (povoada por indígenas e gaúchos) para dar lugar a Argentina moderna (ocupada por imigrantes vindos da Europa)
Em Meio a Jantares e Cafés
"Havia um autêntico pânico entre os comerciantes e os banqueiros. Nas praças européias a situação argentina traduzia-se numa fria retração dos capitalistas em respeito a qualquer título do governo nacional ou dos provinciais. Esta atmosfera conduzia a um descontentamento cada vez mais ativo."
General Júlio Roca, 1890


Porto de Buenos Aires na entrada do século XX

Numa cidade farta e pródiga como a Buenos Aires dos finais do século 19, a mais elegante de todas as capitais das Américas de então, nada em estranhar-se que as confusões políticas, antes de desandar em tiros, começavam em banquetes, estendiam-se pelos cafés, restaurantes e até a churrascos coletivos. Não foi diferente com a chamada Revolução do Parque de 26 de julho de 1890, contemporânea à implantação da República no Brasil. O governo do então presidente Juárez Celman, que assumira em 1886, fazia água por todos os lados. Apesar de ter tomado medidas avançadas tais como a adoção do casamento civil e de ter estimulado ainda mais a chegada de imigrantes (em 1889/90 mais de 200 mil desembarcaram em Buenos Aires), abateu-o a crise financeira internacional com um sem-fim de bancarrotas, falências e concordatas que varreram o mundo daquela época (estimulando a deposição de Balmaceda no Chile, o Encilhamento seguido do levante da Armada no Brasil, e a Revolta Federalista no RGS). Turbulência que se estendeu até 1907, quando velho banqueiro T. P. Morgan amansou o dragão em Nova Iorque com um par de iniciativas.
Um País Rico
A Argentina na segunda metade do século 19 despontava como uma das maiores promessas de riqueza para os imigrantes brancos que vieram da Espanha, da Itália, da Irlanda e tantos outros lugares que para lá se dirigiam. Apesar de estar muito distante dos grandes centros migratórios da Europa - ao ponto de um verso de Borges dizer: como quien viene de tan lejos que no espera llegar (como quem vem de tão longe que não espera chegar, Luna de enfrente, 1925) - a Argentina, com suas terras planas, fertilíssimas, que se espalhavam pelo imenso pampa, oferecia-se tanto para a agricultura (trigo e milho) como para a criação de gado (em 1890 havia 23 milhões de cabeças vacum, 70 milhões de ovelhas e 4,5 milhões de eqüinos). Toda a área do chamado pampa chico, o pampa pequeno, na província de Buenos Aires, transformou-se numa dinâmica lavoura e pasto de lanares, atraindo bascos, irlandeses e italianos. A Patagônia, bem mais ao sul, depois que o general Roca expulsou os índios da região em 1878/9 (na assim dita Conquista do Deserto), integrando ao estado-nacional argentino milhares de quilômetros quadrados, teve a sua a terra foi vendida à grandes empreendimentos estancieiros, muitos deles ingleses. No sul do país formaram-se então os latifúndios dedicados ao gado de corte e de tosa, voltado à exportação. Com a capitulação final do cacique Namuncurá em Neuquén, em 1883, desapareceu a Argentina crioula (povoada por indígenas e gaúchos) para dar lugar a Argentina moderna (ocupada por imigrantes vindos da Europa)
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