fale sobre 3 artistas feirense a sua vida e as obras
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Jorge Abel Galeano
Jorge Abel Galeano o argentino mais feirense do que muitos feirenses que aqui nasceram. O seu primeiro contato com a arte foi ainda na Argentina, sua terra natal, quando, aos 17 ou 18 anos, viajava pelo país em sua moto vendendo o artesanato que fazia. Um tempo depois, estudou na Escola de Belas Artes de Buenos Aires. Por já ser um artesão, os professores o tinham como um ajudante, o que o fez aprender a esculpir, restaurar, fazer afrescos, adquirir maior conhecimento sobre as técnicas de pintura. Já formado e em meio ao clima pesado da Ditadura Militar na Argentina, Galeano decidiu, aos 26 anos, viajar pelo mundo com um quinteto de música latino-americana (porque, além de artista plástico, “também sou músico”) e quando passou pela Bahia, soube que voltaria pra cá. De fato, voltou. Passou um tempo em Salvador e veio para Feira de Santana, inicialmente para trabalhar como diretor de arte na recém-iniciada TV Subaé. Passados 2 ou 3 anos, começou a pintar por conta própria
JURACI DÓREA
Poucos artistas plásticos feirenses conviveram com a Feira de Santana das décadas de 40 e 50 como Juraci Dórea Falcão. Aquela dos tropeiros e boiadeiros, quando segunda era o “dia da feira” e a cidade se reunia para um objetivo comum. “A minha vivência foi em função dessa cultura sertaneja: dos vaqueiros, das boiadas no meio da rua”.
Juraci Dórea iniciou o contato com as artes plásticas ainda na adolescência, no ensino ginasial, quando desenvolveu alguns trabalhos com bico de pena e guache e, com a ajuda de uma professora, mostrou-os ao professor Dival Pitombo, que era um produtor cultural da cidade, “uma das pessoas mais esclarecidas”. O professor não só gostou dos seus trabalhos como o incentivou a continuar. Até que, em 1962, programaram uma exposição na Biblioteca Municipal Arnold Silva. Não só era a primeira exposição de Juraci como também a inauguração daquele espaço. A partir de então, o trabalho foi crescendo e as exposições individuais e coletivas começaram a fazer fila em seu currículo. De lá pra cá, os prêmios como artista plástico já são mais de uma dezena.
Entre seus projetos mais conhecidos está o Terra, exposto não nos salões ou mostras de arte, mas no próprio sertão, com a ideia de “devolver o trabalho para a própria região que o inspirou”. Feira de Santana, Canudos, Monte Santo e Raso da Catarina foram os quatro pontos escolhidos no sertão baiano. O Projeto Terra inspirou o recente documentário “O Imaginário de Juraci Dórea no Sertão: Veredas”, com direção de Tuna Espinheira.
KBÇA
Geziel Rafael da Silva Ramos. Esse é o nome do grafiteiro Kbça, dono dos trabalhos que há pouco temos visto pelos muros feirenses. A linguagem do grafitti é recheada de termos específicos, a exemplo do crew, que significa “grupo de grafiteiros”, do bomb, que quer dizer “grafite rápido ou ilegal, geralmente feito à noite”, e do tag, que é a assinatura ou nome do grafiteiro. Quando começou o seu trabalho, Kbça fazia parte da crewNoz, formada por colegas de colégio, e seus bombs eram letras e corações. Não precisava grafitar na noite porque iniciou seu trabalho nas paredes da periferia feirense, pra quê se esconder? Como faltava dinheiro para as latas de spray, enchiam de tinta os frascos de desodorante e iam para os muros assinar as suas tags. O grupo se afastou, mas Kbça continuou com as suas cores. Aprofundou-se na arte do grafitti e hoje participa de eventos dentro e fora do Estado. Em 2013, seu traço compôs um ambiente do Casa Cor Feira de Santana. Entre os seus trabalhos mais recentes está a representação do sertão feirense no Museu da Imagem e do Som – MIS, em Campinas-SP, e a grafitagem de um trem do Subúrbio Ferroviário, em Salvador, em parceria com Os Gêmeos e outros artistas.
Kbça é conhecedor também dos preconceitos que sofrem os grafiteiros. Chegou a ser reprimido pela polícia e foi parar na delegacia. Hoje não sai de casa sem o artigo oficial do governo que descriminaliza o grafite em diversos casos. De berço evangélico e com os pré-julgamentos da família, ele segue o que manda o seu coração. Coração que, aliás, é encontrado em muitos dos seus trabalhos. O coração, o pássaro e a figura da mulher. “Utilizo a pintura da personagem mulher como uma forma de mostrar o valor dela perante o mundo”.
Jorge Abel Galeano o argentino mais feirense do que muitos feirenses que aqui nasceram. O seu primeiro contato com a arte foi ainda na Argentina, sua terra natal, quando, aos 17 ou 18 anos, viajava pelo país em sua moto vendendo o artesanato que fazia. Um tempo depois, estudou na Escola de Belas Artes de Buenos Aires. Por já ser um artesão, os professores o tinham como um ajudante, o que o fez aprender a esculpir, restaurar, fazer afrescos, adquirir maior conhecimento sobre as técnicas de pintura. Já formado e em meio ao clima pesado da Ditadura Militar na Argentina, Galeano decidiu, aos 26 anos, viajar pelo mundo com um quinteto de música latino-americana (porque, além de artista plástico, “também sou músico”) e quando passou pela Bahia, soube que voltaria pra cá. De fato, voltou. Passou um tempo em Salvador e veio para Feira de Santana, inicialmente para trabalhar como diretor de arte na recém-iniciada TV Subaé. Passados 2 ou 3 anos, começou a pintar por conta própria
JURACI DÓREA
Poucos artistas plásticos feirenses conviveram com a Feira de Santana das décadas de 40 e 50 como Juraci Dórea Falcão. Aquela dos tropeiros e boiadeiros, quando segunda era o “dia da feira” e a cidade se reunia para um objetivo comum. “A minha vivência foi em função dessa cultura sertaneja: dos vaqueiros, das boiadas no meio da rua”.
Juraci Dórea iniciou o contato com as artes plásticas ainda na adolescência, no ensino ginasial, quando desenvolveu alguns trabalhos com bico de pena e guache e, com a ajuda de uma professora, mostrou-os ao professor Dival Pitombo, que era um produtor cultural da cidade, “uma das pessoas mais esclarecidas”. O professor não só gostou dos seus trabalhos como o incentivou a continuar. Até que, em 1962, programaram uma exposição na Biblioteca Municipal Arnold Silva. Não só era a primeira exposição de Juraci como também a inauguração daquele espaço. A partir de então, o trabalho foi crescendo e as exposições individuais e coletivas começaram a fazer fila em seu currículo. De lá pra cá, os prêmios como artista plástico já são mais de uma dezena.
Entre seus projetos mais conhecidos está o Terra, exposto não nos salões ou mostras de arte, mas no próprio sertão, com a ideia de “devolver o trabalho para a própria região que o inspirou”. Feira de Santana, Canudos, Monte Santo e Raso da Catarina foram os quatro pontos escolhidos no sertão baiano. O Projeto Terra inspirou o recente documentário “O Imaginário de Juraci Dórea no Sertão: Veredas”, com direção de Tuna Espinheira.
KBÇA
Geziel Rafael da Silva Ramos. Esse é o nome do grafiteiro Kbça, dono dos trabalhos que há pouco temos visto pelos muros feirenses. A linguagem do grafitti é recheada de termos específicos, a exemplo do crew, que significa “grupo de grafiteiros”, do bomb, que quer dizer “grafite rápido ou ilegal, geralmente feito à noite”, e do tag, que é a assinatura ou nome do grafiteiro. Quando começou o seu trabalho, Kbça fazia parte da crewNoz, formada por colegas de colégio, e seus bombs eram letras e corações. Não precisava grafitar na noite porque iniciou seu trabalho nas paredes da periferia feirense, pra quê se esconder? Como faltava dinheiro para as latas de spray, enchiam de tinta os frascos de desodorante e iam para os muros assinar as suas tags. O grupo se afastou, mas Kbça continuou com as suas cores. Aprofundou-se na arte do grafitti e hoje participa de eventos dentro e fora do Estado. Em 2013, seu traço compôs um ambiente do Casa Cor Feira de Santana. Entre os seus trabalhos mais recentes está a representação do sertão feirense no Museu da Imagem e do Som – MIS, em Campinas-SP, e a grafitagem de um trem do Subúrbio Ferroviário, em Salvador, em parceria com Os Gêmeos e outros artistas.
Kbça é conhecedor também dos preconceitos que sofrem os grafiteiros. Chegou a ser reprimido pela polícia e foi parar na delegacia. Hoje não sai de casa sem o artigo oficial do governo que descriminaliza o grafite em diversos casos. De berço evangélico e com os pré-julgamentos da família, ele segue o que manda o seu coração. Coração que, aliás, é encontrado em muitos dos seus trabalhos. O coração, o pássaro e a figura da mulher. “Utilizo a pintura da personagem mulher como uma forma de mostrar o valor dela perante o mundo”.
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