Ed. Técnica, perguntado por aguidafernandes1, 10 meses atrás

Fale da importância da diversificação na produção agroecológica.

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Respondido por LuisEduardo155
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Resposta:

Importância da Diversificação na Produção Agroecológica.

Explicação:

O plantio de frutíferas pelo sistema orgânico vem apresentando expansão significativa por garantir produtos mais saudáveis, produzidos com tecnologias voltadas à resolução de problemas fitossanitários e nutricionais sem a utilização de defensivos e fertilizantes sintéticos. Um exemplo dessa expansão ocorre na região Meio-Norte do Brasil, onde o cultivo de acerola orgânica tem alta produtividade propiciada pelo clima e pelo suprimento de água gerado pela irrigação, que garantem florescimento e frutificação o ano todo.

Essa perspectiva de produção e lucratividade tem atraído mais investidores dispostos a ampliar a área plantada, principalmente na Região do Baixo Parnaíba, no Estado do Piauí. A adoção de plantios em larga escala e no regime de monocultura pode ocasionar, a médio e longo prazo, desequilíbrios associados aos sistemas simplificados, exigindo a entrada de insumos externos para a resolução de problemas, o que torna a atividade agrícola mais dispendiosa em termos de produtos e mão-de-obra, sobretudo no caso da fruticultura orgânica.

Seguindo a vocação das áreas para a produção de determinados produtos, como é o caso da fruticultura na região Meio-Norte, a agricultura orgânica vem sendo abordada apenas como simples substituição de insumos. No caso do plantio de acerola orgânica no Estado do Piauí já se evidenciam problemas, antes tidos como secundários ou pouco freqüentes, como surtos de insetos-praga e déficit de polinização em áreas distantes de matas nativas. Isto indica que, se o ambiente for adequado, uma determinada espécie pode se sobressair em termos de abundância, chegando mais rapidamente ao estatus de praga.

Além disso, a maioria dos inimigos naturais e polinizadores necessitam de recursos variados para se manterem, muitos dos quais são encontrados em espécies vegetais (pólen, néctar, exsudatos vegetais, água) e hospedeiros diversos. Restringir os recursos disponíveis aos insetos benéficos cria um ambiente progressivamente mais pobre em diversidade. A monocultura em larga escala gera esse cenário.

 

Segundo os princípios agroecológicos, uma maior diversidade vegetal e animal tende a tornar o ambiente mais estável, isto é, menos suscetível a problemas relacionados a pragas e doenças. A agricultura orgânica como monocultura pode ser modificada pela adoção de esquemas de diversificação, com sistemas de produção que incluam produção animal e vegetal, nos quais se incrementem sinergismos assegurando a fertilidade do solo, regulação natural das pragas e a produtividade das culturas.

É evidente que a simples troca de insumos químicos por biológicos não gera, obrigatoriamente, um ambiente mais equilibrado. Um dos principais entraves para a aplicação e aceitabilidade de um sistema orgânico propriamente dito, isto é, abrangendo princípios ecológicos e priorizando o uso sustentável dos recursos naturais, é a falta de informações sobre os componentes dos agroecossistemas.

Estudos sobre diversificação ambiental (por exemplo, o consórcio com outras espécies vegetais, o uso de culturas de cobertura, corredores biológicos, entre outros) são imprescindíveis para que se consiga definir estratégias de manejo adequadas à produção orgânica em larga escala. Deve-se priorizar a formação de equipes de trabalho multidisciplinares, para a análise desses componentes de uma forma mais completa.

Bons Estudos.

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