Faça uma reflexão sobre o Trafico de Pessoas.
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O tráfico humano se associa à escravidão. O Brasil aboliu-a, embora muito tardiamente, no fim do século XIX. No entanto, a boca ficou torta de tanto fumar cachimbo durante séculos e a escravidão se perpetua, sob diversas formas, ludibriando a Lei, a Justiça e a Ética.
Se o olhar se amplia para o mundo, esbarramos com números gigantescos das vítimas do tráfico humano, que as explora no trabalho forçado e no campo sexual. “Segundo a Agência das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC), todos os anos, 800 mil a 2,4 milhões de pessoas são vítimas do tráfico de seres humanos no mundo” (Global Report on Trafficking in Persons). A advogada citada na nota acrescenta que tais dados não revelam totalmente a realidade. O tráfico deve ter aumentado no mundo. Se falamos em termos absolutos, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que o número alcance a cifra de 20,9 milhões. Na América Latina e Caribe, calcula-se a cifra de 1,8 milhão, na proporção de 3,1 por mil, maior que a média global.
Se distinguimos os dois tipos de tráficos, laboral e sexual, o primeiro representa 78% e o outro 22%. Predomina escandalosamente a exploração feita pela economia privada em relação ao [f1] Estado (14,2 milhões contra 2,2 milhões). Especificando o tipo de pessoas, ainda que o número de homens seja maior (74%), espanta-nos o das crianças (26%) e das mulheres (55%).[f2] São 44% os migrantes afetados, [f3] sendo 15% internos ao Brasil, enquanto 29% são de fora. No campo sexual, a exploração de migrantes estrangeiros atinge proporção muito maior, 74% (PLASSAT; LIMA). [f4] Na Europa, 13% das mulheres sexualmente exploradas são sul-americanas (UNODC).
Ainda na linha do fato, cabe incluir nessa maré de lama o tráfico de órgãos, removidos não somente de corpos clinicamente mortos, mas até cruelmente retirados de crianças vivas, normalmente pobres e submetidas de várias maneiras, desde a compra até o roubo. O quadro de crimes se amplia por força da criatividade perversa do coração humano. No referente à exploração sexual, por exemplo, uma pesquisa nacional de 2002 detectou dentro do Brasil 241 rotas de tráfico de exploração sexual, sendo 131 internacionais, 78 interestaduais e 32 municipais (Pesquisa Nacional sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes).