Português, perguntado por nijax40pod3r, 5 meses atrás

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"A emergência climática no contexto do século XXI”

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Respondido por Dyego1098
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Resposta:

Como uma das tendências do clima é que anos próximos a El Ninos sejam mais quentes (afinal, o El Nino faz a transferência do calor do Oceano Pacífico para a atmosfera) e com La Nina mais frios, é provável que 2017 e 2018 (quando provavelmente haverá uma La Nina, que transfere calor da atmosfera para o Oceano) sejam um pouco mais frios que 2016, e de novo, deve haver barulho por causa da “pausa”. Da mesma forma que diziam “não há aquecimento desde 1998” vão começar a falar em 2016.

A longo prazo, porém, o que se vê são só as coisas piorando, e não melhorando. E cada vez mais o clima ficando perigoso. A fronteira do 1,5oC está tão próxima que provavelmente já a passamos (da mesma forma que se cobrir com um cobertor não aquece de imediato, é necessário alguns minutos para ficar quentinho, acrescentar gases estufa na atmosfera não tem efeito imediato, o aquecimento demora alguns anos. Mesmo para os efeitos de curto prazo, o aquecimento de hoje é mais proporcional às taxas de gases estufa de cinco anos atrás que às de agora… e nossas taxas de gases estufa só fazem subir).

Se as coisas continuarem como vão, essa crise vai nos derrubar muito antes de quaisquer efeitos da Reforma ou não da Previdência. Não é coisa para os nossos netos (a menos que quem esteja lendo JÁ tenha netos). É coisa para a nossa velhice ou nem isso. Já estamos tendo efeitos grandes do aquecimento global (na Índia e no Paquistão, com pessoas morrendo cozidas nas ruas, no Pacífico, com ilhas desaparecendo, em Miami, onde se desligarem as bombas drenando água do mar 24h/7dias bairros inteiros seriam alagados…), e a tendência vai piorar. Por volta de 2030, podemos começar a ter ondas de calor como essas da Índia por aqui no Brasil.

Por volta de 2050, nos cenários “business as usual”, o cenário pode ser mais próximo a filmes como Mad Max ou Waterworld (dependendo do lugar onde se esteja) que ao mundo que conhecemos. Não acho que vá haver a extinção da humanidade, mas sou menos otimista quanto à nossa civilização organizada.

Por isso preferiria tentar prevenir essa história (o que ainda é possível, pois aquecimento de 3oC é melhor que de 4oC, que é melhor que de 5oC, etc), e ter esperanças de viver num mundo onde vá poder curtir minha aposentadoria. Prevenir depende de diminuir o consumo inútil (quantas roupas, sapatos, etc se precisa? Iphone novo todo ano, sério?), diminuir o consumo de carne, arroz e outras comidas com grande pegada de CO2, tentar usar energia renovável (solar, eólica, geotérmica, até hidrelétrica, mas pequenas hidrelétricas são melhores que as grandes. Nuclear depende, é uma aposta válida se o mundo não for para o quiabo, mas pode piorar muito as coisas se o mundo for), tentar usar energia renovável para se deslocar também (muscular é a melhor, mas eletricidade e álcool são melhores que gasolina que é menos pior que diesel), evitar viagens de avião (até que eles consigam ao menos fazer vôos usando biodiesel e não querosene), e priorizar produtos locais ao invés de importados.

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