Geografia, perguntado por meleloa01, 10 meses atrás

Faça uma pesquisa sobre os povos indígenas e quilombolas da região do mato grosso do sul destacando quais as culturas,costumes desses povos e como vivem atualmente.

Me ajudem por favor já pesquisei muito e não consegui entender..

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Respondido por carolinemoraissantos
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Resposta:

Povos Indígenas e Quilombolas do Trombetas

A Bacia do Trombetas, situada na Calha Norte do Pará, é morada de diferentes populações tradicionais. Diversos povos indígenas habitam, imemorial e permanentemente, este curso d’água e seus afluentes, cujas nascentes perfazem as fronteiras entre o Brasil, a Guiana e o Suriname. A região também é ocupada por várias comunidades quilombolas, descendentes de escravos fugidos de fazendas e cidades do Baixo Amazonas que, entre os séculos XVIII e XIX, ali encontraram refúgio.

As relações entre os povos indígenas e quilombolas trombetanos encontram-se presentes em inúmeros relatos nativos e registros coloniais. Inicialmente marcadas pelo estranhamento e inimizade, estas relações eventualmente transformaram-se, configurando-se como amizade, colaboração e vizinhança: índios e negros contam que aliaram-se em fuga dos brancos que, pouco a pouco, invadiam a região.

É este tom de aliança que, hoje, (re)aproxima os povos indígenas e quilombolas da Bacia do Trombetas, reunidos em torno de uma causa comum: a defesa de seus direitos constitucionais, ameaçados pela morosidade dos processos de regularização fundiária de suas terras e pela expansão da atividade minerária na região.

A Bacia do Trombetas é habitada imemorial e permanentemente por diversos povos indígenas, como os Kahyana, Kaxuyana, Hixkaryana, Tiriyó, Txikiyana, Tunayana, Xerew, Waiwai, Zo’é e grupos isolados. Com uma população estimada em 3.400 pessoas, estes povos ocupam quatro Terras Indígenas, sendo três delas homologadas (TI Nhamundá-Mapuera, TI Trombetas-Mapuera e TI Zo’é) e uma em processo de regularização (TI Kaxuyana-Tunayana).

Estes povos indígenas costumavam viver em aldeias dispersas por diferentes tributários da Bacia do Trombetas até meados da década de 1950/1960, época em que centralizaram-se em torno de destacamentos militares, missões religiosas e postos de assistência, estabelecidos nas proximidades das fronteiras entre o Brasil (Kassawá, Mapuera e Missão Tiriyó), a Guiana (Kanashen) e o Suriname (Kwamalá).  Entre o final da década de 1990 e o ínicio da década de 2000, estes povos iniciaram seu regresso à sua região de origem, não raro abrindo novas aldeias em locais onde existiam aldeias antigas.

No processo de reocupação de sua região de tradicional habitação, os índios fundaram dezesseis novas aldeias, cuja estimativa populacional é de 500 pessoas. São elas: Ayaramã, Turuna e Wisina (Kaspakuru), no alto rio Trombetas; Santidade e Chapéu, no médio rio Cachorro; Takará,

Mapium, Yawará e Tawanã, Paraíso no baixo rio Mapuera; e Matrinxã, Gavião, Torre, Areia, Cupiúba e Belontra, no Nhamundá.

A demanda indígena pela regularização fundiária de sua região de ocupação tradicional remonta ao início dos anos 2000. Embora a reivindicação tenha sido formalizada junto à Coordenação de Identificação e Delimitação (CGID) da FUNAI em 2005, a primeira solicitação relacionada à regularização foi encaminhada à Coordenação Regional deste órgão em meados de 2003. Em atenção a esta demanda, a FUNAI constituiu dois Grupos Técnicos para subsidiar os estudos do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação (RCID): o primeiro, em 2008 e, o segundo, em 2010. O estudo, tecnicamente aprovado em abril deste ano, está à espera de assinatura pela Presidência da FUNAI e publicação no Diário Oficial da União (DOU).

As áreas de ocupação tradicional dos índios da TI Kaxuyana-Tunayana (inclusive habitação permanente e perambulação de índios isolados) estão, em parte, sobrepostas à área pleiteada pela comunidade de remanescentes de quilombo de Cachoeira Porteira. Esta comunidade reivindicou a regularização fundiária do Território Quilombola (TQ) no ano de 2004 – época em que o processo de titulação (Processo de 2004/125212) foi instaurado pelo Instituto de Terras do Pará (ITERPA). Não obstante, o processo foi protelado pela instituição da Floresta Estadual (Flota) do Trombetas, decretada numa área de 3.172.978 ha pelo Governo do Estado do Pará (Decreto 2607, de 04/12/2006). A regularização fundiária do TQ foi retomada em 2012, após intervenção do Ministério Público Federal que, com atenção a uma recomendação da FUNAI, exigiu a identificação do TQ de Cachoeira Porteira. O resumo do relatório quilombola foi publicado nessa mesma época, incluindo cinco aldeias indígenas no interior do polígono proposto. Nesse contexto, a publicação do RCID da TI Kaxuyana-Tunayana faz-se imprescindível, bem como a agilização da regularização do TQ de Cachoeira Porteira.

Veja se é util, espero ter ajudado ;)

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