Filosofia, perguntado por Cadu91, 6 meses atrás

Faça uma pesquisa sobre a obra de Aristóteles chamada de anima e defina de modo preciso o conceito da alma ?

Anexos:

Soluções para a tarefa

Respondido por germanokauan76
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Resposta:

1. O abandono da componente místico-religioso-escatológica (ao menos nas obras que nos chegaram, porque, nas publicadas, também Aristóteles se servia do mito como expressão de verdades religiosas);

2. O escasso interesse pelas ciências matemáticas e, ao contrário, a viva atenção pelas ciências naturais e empíricas;

3. O método sistemático em vez do dialético-dialógico.

1. A vida de Aristóteles

Aristóteles nasceu em 384/383 a.C. em Estagira, na fronteira macedônica. O pai de Aristóteles, chamado Nicômaco, era médico corajoso, tendo servido ao rei Amintas, da Macedônia (pai de Filipe da Macedônia). Assim, deve-se presumir que, durante certo período, o jovem Aristóteles, com sua família, tenha morado em Pela, sede do reinado de Amintas, e que possa ter inclusive freqüentado a corte.

Sabemos com certeza que, com dezoito anos, isto é, em 366/365 a.C., Aristóteles, que já há alguns anos ficara órfão, viajou para Atenas e logo ingressou na Academia Platônica. Foi precisamente na Escola de Platão que Aristóteles amadureceu e consolidou a própria vocação filosófica de modo definitivo, tanto que permaneceu na Academia por vinte bons anos, ou seja, enquanto Platão viveu. Na Academia, Aristóteles conheceu os mais famosos cientistas da época, a começar pelo célebre Eudóxio, o qual, provavelmente, era a personagem mais influente na Academia, justamente nos primeiros anos em que Aristóteles a freqüentou, período em que Platão encontrava-se na Sicília. E certo que, durante os vinte anos passados na Academia, que são os anos decisivos na vida de um homem, Aristóteles assimilou os princípios platônicos em sua substância, defendendo-os em alguns escritos e, ao mesmo tempo, submetendo-os a prementes críticas, tentando encaminhá-los para novas direções.

Com a morte de Platão (347 a.C.), quando já estava se encaminhando para “o meio do caminho de nossa vida”, Aristóteles não se sentiu em condições de permanecer na Academia, porque a direção da Escola havia sido tomada por Espeusipo (que liderava a corrente mais distante das convicções que Aristóteles havia amadurecido). Sendo assim, foi embora de Atenas, viajando para a Ásia Menor.

Desse modo abriu-se uma fase importantíssima na vida de Aristóteles. Junto com um célebre companheiro de Academia, Xenócrates, estabeleceu-se primeiro em Assos (localizada na costa de Trôade), onde fundou uma Escola com os platônicos Erasto e Corisco, originários da cidade de Scepsis, que haviam se tornado conselheiros de Hérmias, hábil político, senhor de Atarneu e Assos. Aristóteles permaneceu cerca de três anos em Assos. Depois foi para Mitilene (na ilha de Lesbos), provavelmente impelido por Teofrasto (que nascera em uma localidade dessa ilha e estava destinado, mais tarde, a tornar-se sucessor do próprio Aristóteles).

Tanto a fase de seu magistério em Assos quanto a fase de Mitilene são fundamentais: é provável que, em Assos, o Estagirita tenha ministrado cursos sobre as disciplinas mais propriamente filosóficas, e que em Mitilene, ao contrário, tenha realizado pesquisas de ciências naturais, inaugurando e consolidando sua preciosa colaboração com Teofrasto, que terá papel tão relevante nos destinos do Perípato.

Em 343/342 a.C., inicia-se novo período na vida de Aristóteles.

Filipe da Macedônia chama-o para a corte, confiando-lhe a educação do filho Alexandre, ou seja, do personagem destinado a revolucionar a história grega e que estava então com treze anos de idade. Infelizmente, sabemos pouquíssimo sobre as relações que se estabeleceram entre os dois excepcionais personagens (um dos maiores filósofos e um dos maiores políticos de todos os tempos), que o destino quis ligar.

E certo que, embora tenha compartilhado a idéia de unificar as cidades gregas sob o cetro macedônico, Aristóteles, de certo modo, não compreendeu a idéia de helenizar os bárbaros e igualá-los aos gregos. Nesse campo, o gênio político do discípulo descerrou perspectivas históricas muito mais novas e audazes das que as categorias políticas do filósofo permitiam-lhe compreender, uma vez que eram categorias substancialmente conservadoras e, sob determinados aspectos, até reacionárias. Aristóteles permaneceu na corte macedônica até Alexandre subir ao trono, isto é, até por volta de 336 a.C. (mas também é possível que, depois de 340 a.C., ele tenha voltado para Estagira, estando Alexandre já ativamente empenhado na vida política e militar).

Finalmente, em 335/334 a.C., Aristóteles voltou para Atenas, alugando alguns prédios próximos a um pequeno templo sagrado dedicado a Apoio Lício, de onde provém o nome “Liceu” dado à Escola. E como Aristóteles ministrava seus ensinamentos passeando pelas veredas do jardim anexo aos prédios, a Escola também foi chamada de “Perípato” (do grego peripatós, “passeio”), e seus seguidores denominados “peripatéticos.

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