Faça uma pesquisa, com fonte, sobre Maracatu, observando se há
algum em Olinda.
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Resposta:
O maracatu é uma típica manifestação do folclore brasileiro. A dança de origem africana surgiu em meados do século XVIII, no estado de Pernambuco, nordeste do país. Durante todo o ano, acontecem apresentações da dança nas cidades, sobretudo, em Nazaré da Mata, conhecida como a “Terra do maracatu”.
Além dela, é possível ver manifestações de Maracatu pelas ruas de Olinda e Recife, principalmente durante o carnaval, época em que a cidade costuma receber turistas de diferentes lugares do Brasil.
Não existe um registro específico sobre o início do maracatu, mas especula-se que tenha surgido no ano de 1711, em Pernambuco. O maracatu elefante é um dos mais antigos, fundado em Recife no ano de 1800.
A agremiação criada pelo escravo Manuel Santiago recebeu esse nome como uma forma de homenagear o animal que, para os adeptos do candomblé, é protegido por Oxalá, um orixá associado à criação do mundo e da espécie humana.
Até os dias de hoje a dança respeita a tradição de ser conduzida por três calungas. Elas são bonecas negras, feitas em madeiras, com vestimentas bem elaboradas e são carregadas pelas baianas. No maracatu elefante, as bonecas recebem o nome de Dona Leopoldina, Dom Luís e Dona Emília, representando respectivamente Iansã, Xangô e Oxum.
Outro elemento marcante da nação elefante é que ela foi a primeira a ser conduzida por uma matriarca, já que as outras danças eram, até então, conduzidas por figuras masculinas.
Atualmente, o maracatu é dividido em dois tipos: o maracatu nação e o maracatu rural, tido como o mais tradicional pelos dançarinos. Ambos possuem cortejos (desfiles) ricos e cheios de significados, além de um forte apelo pela religião do candomblé.
Todas as apresentações seguem um ritual, organizado desde as melodias compostas pelos instrumentos até o momento em que os dançarinos executam a dança. Além disso, a dança se manifesta através de um enredo composto por diversos personagens.
Os personagens principais são: o rei, a rainha, a dama-de-honra da rainha, a dama-de-honra do rei, o príncipe, a princesa, a dama-de-honra do ministro, o ministro, a dama-de-honra do embaixador e o embaixador.
Também são identificados durante as apresentações o duque, a duquesa, o conde, a condessa, os quatro vassalos, as quatro vassalas, os três calungas, as três damas-do-paço (responsáveis pelas calungas durante o cortejo), o porta-estandarte (porta-bandeira), o escravo, as figuras do tigre e do elefante, o guarda coroa, os batuqueiros, os caboclos e as baianas (yabás).
Dessa forma, a corte do maracatu é formada pelo casal de príncipes, duques e a figura do embaixador, que não é obrigatória. Já a realeza do maracatu, composta pelo rei e rainha, são títulos conquistados de forma hereditária, ou seja, uma tradição passada de geração em geração. O porta-bandeira é um personagem que se veste à moda de Luís XV. Na bandeira consta o nome da agremiação e o ano em que ela foi criada.
Maracatu rural
O maracatu rural, também chamado de baque solto, teve início em meados do século XIX. A dança é mais influente no município de Nazaré da Mata, situada na zona da mata de Pernambuco. O ritmo foi desenvolvido por agricultores e atualmente homenageia a luta dos trabalhadores rurais.
Maracatu nação
O maracatu nação, assim como o rural, teve início em Pernambuco, porém no século XIII. As apresentações contam com um conjunto musical percussivo e cortejo real que sai às ruas para os desfiles.
Nesse tipo de dança, os personagens de destaque são o rei e a rainha, representando a nobreza da nação. O cortejo é composto por uma bandeira ou estandarte, com o nome do maracatu, abrindo alas.
A dama do paço, que carrega a calunga, segue logo atrás, representando todas as entidades espirituais do grupo. E atrás delas segues as yabás, chamadas popularmente de baianas. Além delas, seguem em cada lado as catirinas (escravas), normalmente jovens, usando vestidos de chitão.
Os batuqueiros são os responsáveis por dar ritmo ao desfile. A orquestra é composta por instrumentos de percussão (caixas, ganzás, gonguês, taróis e tambores) e sopro (trombones e cornetas). As coreografias misturam giros e pulos sob um ritmo frenético que remete às congadas, um tipo de festa popular brasileira.
Religiosidade
O maracatu traz em suas apresentações uma proximidade muito forte com o candomblé, isso porque grande parte dos seus personagens representa algum tipo de Orixá. As danças que se assemelham com a religião possui coreografias conduzidas pelas damas de paço e pelas baianas, personagens responsáveis também pelas melodias cantadas.