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Resposta:
CIDADE FLAGELADA
(Palavras do próprio autor)
O livro CIDADE FLAGELADA, de 1981, é um livro inteiramente meu, embora conste um co-autor.
Ocorre que ele era, na época, um colega de nossa então formação pedagógica, bem como amicíssimo e seu pai possuía uma pequena gráfica. Como eu queria muito publicar meus trabalhos, então já escritos desde os anos 70, e os recursos financeiros eram bastante escassos, tivemos a ideia "genial" de que ele assinaria como autor de alguns dos meus contos. Esperávamos com isso que seu pai, entusiasmado com a ideia de ter um filho escritor, viesse a nos facilitar a impressão do "nosso" livro.
DEU CERTO!!! Os 3240 exemplares desta primeira edição não me custou um centavo sequer. O paizão bancou inteiramente os custos de impressão porém, os demais custos, tais como desenho da capa, registro no ISBN, divulgação e distribuição, tiveram que ficar integralmente por minha conta.
Preciso informar que para conseguir o registro do livro no ISBN, uma espécie de CPF de toda publicação literária, eu precisei pagar a um STUDIUM para apenas assinar a capa, que fora de inteira autoria de minha ex e já falecida esposa. Como ela não era uma desenhista profissional devidamente registrada, não poderia assinar seu trabalho. Assim como tive que pagar também à editora para assinar a edição e distribuição, já que a pequena gráfica do pai do meu amigo também não tinha os necessários registros. Com relação à comercialização, consegui fazer um Regime de Comodato com um grupo empresarial do ramo, o qual se encarregou de toda a parte comercial.
DO AUTOR E DO LIVRO:
Eu me considero um escritor surrealista. Devo advertir que o SURREALISMO não é um artifício linguístico, mas sim um ESTILO LITERÁRIO.
No surrealismo os contos têm um início, um desenvolvimento, porém não têm um HAPPY-END (final feliz). Jamais espere encontrar em um conto surreal um final tipo "o lobo mal invadiu a casa e devorou a vovozinha" ou "foi então que apareceu o caçador, matou o lobo mal e salvou a vovozinha". Esses tipos de finais são esperados pelo leitor em outros tipos de leituras, todavia, não acontecem em histórias surrealistas, onde as narrativas são finalizadas sempre de forma abrupta e inesperada, totalmente diferentes do que espera o leitor.
Devo lembrar também que a narrativa estrutural de um CONTO será sempre bem diferente da de um ROMANCE. O conto é um tipo literário que se caracteriza por ser curto e não apresentar uma grande e completa caracterização e descrição de personagens e de paisagens, além de ser atemporal.
Este livro compõe-se de uma CRÔNICA e alguns contos.
Na crônica, trabalho de abertura, o autor se coloca como personagem, e faz a narrativa em dois tempos: autor-personagem-criança e autor-personagem-adulto.
A história é uma homenagem que faço ao meu então já falecido pai e, a bem da verdade, eu vivenciei absolutamente nada do que narro. Os fatos são reais, porém me foram narrados por minha mãe, a qual falava muito pouco a respeito do meu pai. A maioria dos acontecimentos me foi passada pelos meus dois irmãos mais velhos, estes sim, me deram todos os subsídios necessários para eu transformar os acontecimentos em uma história crônica e assim poder homenagear um pouco o meu pai.
Seguem então os contos, os quais deixarei à livre iniciativa do leitor sua interpretação, em função de seu entendimento das mensagens.
Encerrando, gostaria de chamar a atenção do leitor para três trabalhos deste livro:
A crônica inicial, intitulada PERDÃO, PAPAI, que é narrada em FLASH BACK, e é quase autobiográfica;
O conto que dá título ao livro: CIDADE FLAGELADA, que seria uma espécie de chamada à humanização das pessoas e;
O conto O LADO DOS VENCIDOS. Este é uma espécie de recordação do "modus-vivendi" do próprio autor, onde aparecem alguns dos seu medos infantis bem como algumas brincadeiras do seu tempo de criança. Ressalto que a personagem principal da história, um menino de cerca de 10 anos, existiu realmente e os fatos narrados são reais, apenas alterei o nome, a idade e a localização temporal. Aliás essa mesma criança aparecerá em diversos outros trabalhos deste mesmo livro.
NOTA:
Esta apresentação e rápida análise do livro CIDADE FLAGELADA foi publicada por um importante jornal da cidade de Niteroi/RJ, no ano de sua publicação - 1981.
Autor: Eleilçon Alvarenga Corrêa
Explicação:
Autorizado pelo USER.