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Resposta:
A Casa, Javier Muñoz (Javier Gutiérrez) é um executivo desempregado é forçado a vender seu apartamento. Quando ele descobrir que ainda tem as chaves, ficará obcecado pela família que agora mora lá e decidirá recuperar a vida que perdeu, a qualquer preço.
Pensar em tramas onde o protagonista ou antagonista fica obcecado por outros personagens não é difícil, então o que vem chamando atenção em A Casa é o modo como o diretor e roteirista compensa Javier em seu plano ambicioso de tomar uma família para ele. Sim, isto que acontece. Vemos num primeiro momento Javier, esposa e filho em uma vida que se assemelha a algo perfeito na sociedade. Classe média alta, carros e uma vida tranquila. O sonho de consumo de qualquer grupo capitalista.
Tudo isto rui quando ele perde o emprego e o status social, tendo que vender a sua casa e navegar por outro nível social. Enquanto esposa e filho lidam bem com este novo contexto, Javier não se conforma e logo acha uma brecha para retomar à sua vida de outrora. E encontra esta brecha justamente na sua antiga casa, agora residida por moradores que são exatamente tudo que ele gostaria de continuar sendo: bem sucedidos, felizes e economicamente estáveis.
A partir dai entra seu plano mirabolante para tomar a família para si (obviamente ele precisaria descartar a sua versão, ou seja, precisaria tirar o esposo de cena). E é nesta parte que A Casa entrega um roteiro que foge de verossimilhança, e carrega muitos elementos contraditórios, como uma facilidade incomum em convencer as pessoas (a esposa da nova família e a sua própria esposa), além de se livrar facilmente de personagens que ficam em sua frente, como o jardineiro.
Ainda assim, se no desfecho Javier fosse desmascarado, preso, ou morto, certamente o filme teria comentários mais brandos sobre sua narrativa. O grande fato de A Casa é que mesmo depois de ter sido um canalha e ter feito de tudo (tudo de ruim) para conseguir o que queria, ele termina a trama como o pai da nova família, feliz, com a sua nova esposa e a vida que sempre desejou possuir.
Mas será este elemento suficiente para destruir o filme? Bem da verdade, podemos fazer uma discussão bem interessante com este desfecho, afinal de contas, é a vida. O que temos de pessoas que agem fora das regras, fora das leis, que matam, rouba, e ainda assim possuem uma vida (prática) invejável não está no mapa. Claro que aqui excluímos a ideia de religião, de que essas pessoas serão jugadas no pós-morte, etc…
A Casa no fim das contas acaba refletindo a sociedade em que vivemos. Injusta, sacana e contraditória. Nem sempre os mocinhos vencem e nem sempre os marginais são desmascarados.
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