faça uma conclusão no máximo 10 linhas sobre o que você entende de educação física militarista e educação física na área médica
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Resposta:Educação Física militarista: consolidação no âmbito escolar
Em meados da década de trinta, “Com o advento do clima de belicosidade na Europa e ascensão do fascismo e do nazismo e, principalmente, com o aumento das relações comerciais entre Brasil e Alemanha, estava aberto o canal de tráfego para veiculação do pensamento reacionário no país.” (GHIRALDELLI JÚNIOR, 1988, p. 38). O regime de governo de Getúlio Vargas no Brasil não foi atípico; havia o regime nazi-fascista de Benito Mussolini na Itália aliado a Adolf Hitler na Alemanha, bem como outros ditadores em consonância no Uruguai (GIMENEZ, 2003), no Chile e em Portugal, por exemplo. Segundo Castellani Filho (2003), especialmente no Brasil, “As diretrizes ideológicas que nortearam a política educacional naquele período possuíam como substância a exaltação da nacionalidade, as críticas ao liberalismo, o anticomunismo e a valorização do ensino profissional.” (p. 82)
Nesse sentido, emerge na literatura da área de Educação Física que o Brasil estava atravessado eminentemente por ideologias ditatoriais Varguistas e que “[...] o auge da militarização da escola corresponde à execução do projeto de sociedade idealizado pela ditadura do Estado Novo.” (SOARES et al., 1992, p. 53). Os traços comuns entre a suposta prática da Educação Física escolar e o desenvolvimento do militarismo se aproximariam inevitavelmente. Basicamente, os instrutores eram provindos de escolas da Educação Física da Força Policial de São Paulo devido a “Missão Militar Francesa, responsável pela fundação, em 1907, [...] o mais antigo estabelecimento especializado de todo o Brasil [...]” (CASTELLANI FILHO, 2003, p. 75) e pelo Centro de Esportes da Marinha no Rio de Janeiro (SOUZA NETO et al., 2004). Grande parte dos instrutores de Educação Física era formada pelas instituições militares.
Nesta época, foi construída a primeira escola de Educação Física do exército e posteriormente, somente em 1939, foi criada a primeira escola civil de formação de professores da área, a Escola Nacional de Educação Física e Desportos, integrada à Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil. Decreto-lei n° 212, de 17 de abril de 1939) (SOUZA NETO et al., 2004). O corpo docente era composto de instrutores de Educação Física e médicos.
No entanto, sabe-se que a absorção de instrutores militares pelo âmbito educacional, logo, tendo a relação professor-aluno semelhante às relações concretizadas na instituição militar, foi apenas um dos fatores para a concretização da área da Educação Física na escola (CAPARROZ, 2005). Afirmar que a Educação Física de cunho militarista nessa época foi determinante para a legitimação da disciplina no âmbito educacional pode caracterizar uma visão macroestrutural reducionista da historiografia da área, haja vista a relevância de se pensar e de buscar investigar se ou como as aulas se desenvolveram efetivamente no interior da escola.
No marco histórico de Getúlio Vargas no poder em 1937, existiam a “Educação Física e a Educação Moral e Cívica como elos de uma mesma corrente, articuladas no sentido de darem à prática educacional a conotação almejada e dita pelos responsáveis pela definição da política de governo.” (CASTELLANI FILHO, 2003, p. 84). Desse modo, o âmbito educacional brasileiro se tornaria um espaço de veiculação da nova ideologia dominante para manipulação social até o ano de 1945, momento este de término do Estado Novo. Assim, a Educação Física serviria como uma ferramenta ideológica de utilidade para alienação social favorecendo aos interesses do ideário dominante da ditadura. Exemplarmente, Oliveira (1987) aponta que:
Pela primeira vez, a Educação Física aparece explicitamente numa Carta Constitucional (1937). Instituiu-se a “Juventude Brasileira”, onde estavam inscritos compulsoriamente todos os estudantes. Foi um dos meios de divulgação do “nacionalismo” que impregnava os nossos governantes. Os “centros cívicos escolares” foram subprodutos daquela “Juventude”. Nesses centros, a prática da Educação Física e a participação em comemorações e desfiles “cívicos” eram fundamentais para a consolidação da ditadura instalada. (p. 59)
Castellani Filho (2003) ainda menciona a questão dos princípios da Segurança Nacional, explicitado em 1937, juntamente com a Carta Constitucional do mesmo ano no artigo 129, que possuía algumas relações com outras funções da Educação Física escolar: “Além de voltar-se, também, ao ‘cumprimento dos seus deveres para com a economia’, visando assegurar ao processo de industrialização implantado no país, mão-de-obra fisicamente adestrada e capacitada, a ela cabendo cuidar da preparação, manutenção e recuperação da força de trabalho do Homem brasileiro.” (p. 80)
Entretanto, tais interpretações podem ser questionadas na medida em que é preciso saber o grau de abrangência nas diversas classes sociais, os níveis de engajamento dos adeptos, o impacto em função da diversidade regional brasileira e principalmente a transposição do discurso teórico para a prática escolar concreta estabelecida na época. Ainda sobre a Carta Constitucional, é possível questionar as interpretações historiográficas unívocas de muitos autores da área de Educação Física, como Caparroz (2005) aponta:
[...] análises que confundem duas questões que logicamente mantêm relação entre si, mas que não podem ser colocadas como idênticas: a obrigatoriedade da educação física em todas as escolas primárias, normais e secundárias, expressa no artigo 131; a criação de Centros da Juventude, pelo artigo 132, artigo este que se refere a “adestramento physico” mas que não faz menção direta à educação física, ainda que seja possível inferir que tal adestramento seria responsabilidade dessa área. (p. 120)
Destarte, de modo semelhante ao que ocorreu em grande parte das análises da produção científica referentes ao desenvolvimento da Educação Física higienista (SILVA, 2012), é possível perceber algumas tensões historiográficas sobre a suposta consolidação da Educação Física militarista no âmbito escolar brasileiro naquele período do início do século XX. Muitos autores consideram que as escolas adotaram acriticamente a prática da Educação Física de cunho militarista por meio da aplicação dos Métodos Ginásticos, por exemplo. No caso, o Método Francês ou Eclético, por associar exercícios analíticos e sintéticos objetivando estimular a parte anatomofisiológica, provindo da Missão Militar Francesa. Caparroz (2005) esclarece que:
É de se questionar por exemplo a crítica que operam quando apontam os métodos ginásticos de inspiração militar sendo absorvidos pela escola, como decorrência exclusiva do poder que essa instituição possuía e imprimia não só sobre a escola, mas sobre toda a sociedade. Ora, os autores não apontam por exemplo que outros processos sistematizados, quais outros métodos haviam, e se existiam, em que eram fundamentados e quais os possíveis, os prováveis fatores que impediram sua absorção pela escola. (p. 95)
Para grande parte da literatura da área da Educação Física, esse novo Método paulatinamente se consolidaria por décadas no âmbito educacional brasileiro até a inserção ou fortalecimento do Método Alemão. Este último Método Ginástico já estaria presente na prática escolar desde 1860, explorada por imigrantes que instalaram como hábito de vida, bem como devido à influência de ex-soltados da Guarda Imperial de origem prussiana. A Calistenia de origem sueca, remodelada nos Estados Unidos por Alfred Wood e Willian Skastron, bem como o analítico Método Dinamarquês de Nils Buck também teriam sido praticados nas escolas brasileiras, principalmente devido às influências dos pensamentos hegemônicos do militarismo.
Desse modo, o potencial dos Métodos Ginásticos se alinharia às necessidades do governo militar para a Educação Física escolar. Soares et al (1992) citam personagens importantes dessa época como, por exemplo “[...] o sueco P. H. Ling, o francês Amoros e o alemão A. Spiess, com contribuições advindas também de fisiologistas como G. Demeny, E. Marey, médicos como P. Tissé e ainda professores de música como J. Dalcroze.” (p. 52).
Tais Métodos Ginásticos possuíam “[...] algumas particularidades a partir do país de origem, essas escolas [...] possuem finalidades semelhantes: regenerar a raça [...]; promover a saúde [...]; desenvolver a vontade, a coragem, a força, a energia de viver [...] e, finalmente, desenvolver a moral [...].” (SOARES, 2004, p. 52). Dessa forma, seria possível afirmar que a Educação Física higienista e militarista eram essencialmente práticas em comparação a fundamentação teórica desenvolvida pela/para a disciplina (DARIDO; RANGEL, 2005), situação esta, teoricamente, viável para o contexto político da época. No entanto, Caparroz (2005) tece algumas críticas importantes a serem consideradas:Nos hospitais universitários, os PEFs trabalham em equipes multiprofissionais assistenciais exercendo atividades nos mais variados contextos, como por exemplo: reabilitação cardíaca e pulmonar, recuperação de pacientes após cirurgia bariátrica, na avaliação de pacientes da pediatria, na recuperação de pacientes com ..
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