Faça uma carta do leitor sobre o Livro Frankestein de mary Shelley.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Os editores de romances, ao decidirem publicar Frankenstein para uma
de suas séries, ficaram curiosos para que eu lhes contasse sobre a origem da
história. Aceitei com muito boa vontade, pois isso me dá a oportunidade de
responder de um modo geral à pergunta que freqüentemente me fazem — como
é que eu, então uma jovem, pude pensar e discorrer sobre um assunto tão
horrível. É verdade que tenho total aversão a apresentar-me em letra de
imprensa, mas, como minha explicação servirá apenas como apêndice para uma
produção anterior e ficará restrita a assuntos ligados exclusivamente à minha
qualidade de autora, dificilmente poderei acusar-me de uma intrusão pessoal.
Por ser filha de duas personalidades de notável celebridade literária, não
é surpresa alguma que eu pretendesse escrever ainda no início de minha vida.
Quando criança, eu rabiscava, e meu passatempo preferido durante as horas de
recreio era escrever histórias. Eu tinha, porém, um prazer ainda maior que este,
ou seja, construção de castelos no ar — permitindo-me sonhar acordada — a
que se seguia uma torrente de pensamentos que tinha por objetivo a formação de
uma sucessão de incidentes imaginários. Meus sonhos eram ao mesmo tempo
mais fantásticos e agradáveis do que meus escritos. Nesses últimos, eu tinha
muito de imitadora — fazendo mais o que os outros já tinham feito do que
realizando as sugestões de minha própria mente. O que escrevia se destinava
pelo menos a mais alguém — o companheiro e amigo de minha infância; meus
sonhos, porém, eram só para mim; a ninguém os revelava, eram meu refugio
quando eu estava aborrecida — meus mais caros prazeres quando me achava
livre.