Faça um texto crítico sobre o Brasil
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Resposta:
Explicação:Estado, Economia e Democracia no Brasil Atual:
Quando a ânsia por dinheiro e poder assumem o centro da vida social em tempos pós-modernos, que podemos esperar senão egoísmo, narcisismo e superficialidade? Esse parece ser o caso do Brasil atual, expressão perfeita da dupla crise da economia e da governança. Inebriado por uma alta dose de ingenuidade e de amnésia histórica, o Estado depositou todas as suas esperanças no desenvolvimentismo, capitaneado, desta vez, pela indústria petrolífera. No ano de 2006, a Petrobras anunciou o maior investimento de sua história, o Comperj, como se representasse o ingresso definitivo do país em uma era de prosperidade e bonança. Em nossos dias, a empresa vive aquela que é, provavelmente, sua crise de maiores proporções, caracterizada pela má gestão e pela corrupção de seus principais dirigentes vinculados a algumas das maiores empreiteiras brasileiras — Odebrecht, por exemplo. Em agosto de 2012, a presidente Dilma Rousseff convocou reunião com os maiores empresários nacionais lançando programa bilionário de concessão de rodovias e ferrovias. Ao fim do espetáculo, o patriota Eike Batista, incensado pela mídia brasileira e internacional como um dos homens mais ricos do mundo e ícone do Brasil do século XXI, definiu tal iniciativa como um “kit-felicidade” (ver RIBEIRO, 2012). Como se sabe, atualmente o Sr. Batista responde a processo judicial por operações ilícitas na bolsa de valores e, como se não bastasse, todos os seus negócios foram à falência. Tão ou mais ávidos por dinheiro fácil e rápido, seus próprios acionistas lhe processaram: eis a face mais dantesca do capitalismo!
2Na esfera política, se PSDB e PT jogaram papel de inquestionável relevo nos mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luis Inácio Lula da Silva (2003-2010), o primeiro atuando decisivamente na conquista da estabilidade monetária e o segundo na redução das desigualdades sociais, nos últimos anos ambos foram protagonistas do que há de pior na política nacional, fazendo do Congresso verdadeiro balcão de negócios e de negociatas em nome da “governabilidade”. Incapazes de promover as reformas política e tributária desejadas por todas as camadas da sociedade, ao apelarem respectivamente para o neoliberalismo e para o aparelhamento do Estado, PSDB e PT contribuíram, cada qual à sua maneira, para o descrédito do Legislativo e, para alguns, da democracia.
3Do ponto de vista teórico, talvez esse seja um dos nossos maiores dilemas: a indistinção entre o público e o privado, cujo resultado mais pernicioso é, exatamente, a fragilidade das instituições. A esquizofrenia é conhecida por todos: basta alguém assumir um posto de comando no setor público para, imediatamente, agir como se fosse dono, proprietário, senhor e, claro, ser assediado por um grupo que só sobrevive às custas de “trocas de favores”. Qualquer semelhança com o PMDB não é mera coincidência, diga-se. Ele não é uma exceção; muito pelo contrário, é a institucionalização de uma prática que, infelizmente, atravessa todo o corpo social nacional.