História, perguntado por vitorrenario, 9 meses atrás

Faça um resumo sobre a Independência da Bahia (DIA 2 DE JULHO), que contenha no mínimo 30 linhas. Darei 30 pontos.

Soluções para a tarefa

Respondido por kauan1952
9

Resposta:

A declaração de independência feita por Dom Pedro I, em sete de setembro de 1822, deu início a uma série de conflitos entre governos e tropas locais ainda fiéis ao governo português e as forças que apoiavam nosso novo imperador. Na Bahia, o fim do domínio lusitano já se fez presente no ano de 1798, ano em que aconteceram as lutas da Conjuração Baiana.

No ano de 1821, as notícias da Revolução do Porto reavivaram as esperanças autonomistas em Salvador. Os grupos favoráveis ao fim da colonização enxergavam na transformação liberal lusitana um importante passo para que o Brasil atingisse sua independência. No entanto, os liberais de Portugal restringiam a onda mudancista ao Estado português, defendendo a reafirmação dos laços coloniais.

As relações entre portugueses e brasileiros começaram a se acirrar, promovendo uma verdadeira cisão entre esses dois grupos presentes em Salvador. Meses antes da independência, grupos políticos se articulavam pró e contra essa mesma questão. No dia 11 de fevereiro de 1822, uma nova junta de governo administrada pelo Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo deu vazão às disputas, já que o novo governador da cidade se declarava fiel a Portugal.

Utilizando autoritariamente as tropas a seu dispor, Madeira de Melo resolveu inspecionar as infantarias, de maioria brasileira, no intituito de reafirmar sua autoridade. A atitude tomada deu início aos primeiros conflitos, que se iniciaram no dia 19 de fevereiro de 1822, nas proximidades do Forte de São Pedro. Em pouco tempo, as lutas se alastraram para as imediações da cidade de Salvador. Mercês, Praça da Piedade e Campo da Pólvora se tornaram os principais palcos da guerra.

Nessa primeira onda de confrontos, as tropas lusitanas não só enfrentaram militares nativos, bem como invadiram casas e atacaram civis. O mais marcante episódio de desmando ocorreu quando um grupo português invadiu o Convento da Lapa e assassinou a abadessa Sóror Joana Angélica, considerada a primeira mártir do levante baiano. Mesmo com a derrota nativista, a oposição ao governo de Madeira de Melo aumentava.

Durante as festividades ocorridas na procissão de São José, de 21 de março de 1822, grupos nativistas atiraram pedras contra os representantes do poderio português. Além disso, um jornal chamado “Constitucional” pregava oposição sistemática ao pacto colonial e defendia a total soberania política local. Em contrapartida, novas forças subordinadas a Madeira de Melo chegavam a Salvador, instigando a debandada de parte da população local.

Tomando outros centros urbanos do interior, o movimento separatista ganhou força nas vilas de São Francisco e Cachoeira. Ciente destes outros focos de resistência, Madeiro de Melo enviou tropas para Cachoeira. A chegada das tropas incentivou os líderes políticos locais a mobilizarem a população a favor do reconhecimento do príncipe regente Dom Pedro I. Tal medida verificaria qual a postura dos populares em relação às autoridades lusitanas recém-chegadas.

O apoio popular a Dom Pedro I significou uma afronta à autoridade de Madeira de Melo, que mais uma vez respondeu com armas ao desejo da população local. Os brasileiros, inconformados com a violência do governador, proclamaram a formação de uma Junta Conciliatória e de Defesa instituída com o objetivo de lutar contra o poderio lusitano. Os conflitos se iniciaram em Cachoeira, tomaram outras cidades do Recôncavo Baiano e também atingiram a capital Salvador.

As ações dos revoltosos ganharam maior articulação com a criação de um novo governo comandado por Miguel Calmon do Pin e Almeida. Enquanto as forças pró-independência se organizavam pelo interior e na cidade de Salvador, a Corte Portuguesa enviou cerca de 750 soldados sob a lideranaça do general francês Pedro Labatut. As principais lutas se engendraram na região de Pirajá, onde independentes e metropolitanos abriram fogo uns contra os outros.

Devido à eficaz resistência organizada pelos defensores da independência e o apoio das tropas lideradas pelo militar britânico Thomas Cochrane, as tropas fiéis a Portugal acabaram sendo derrotadas em 2 de julho de 1823. O episódio, além de marcar as lutas de independência do Brasil, motivou a criação de um feriado onde se comemora a chamada Independência da Bahia.


vitorrenario: Caro jovem, você é demais, parabéns. A resposta foi muito grande, mas eu copio pela metade. Valeu!
kauan1952: obrigado!! vlw
vitorrenario: Por nada
vitorrenario: Eu que te agradeço
kauan1952: :)
Respondido por AnirakCr
9

Explicação:

Em Salvador, capital da colônia entre 1549 e 1763, as insatisfações que levariam ao rompimento total com Portugal podem ser vistas já no final do século 18. O sistema de estratificação social foi contestado por várias rebeliões das populações negras (escravos, libertos e livres), que levantaram-se coletivamente contra a escravidão. Em 1798, líderes negros propuseram ao conjunto de trabalhadores mecânicos e aos brancos liberais uma revolução libertária e democrática, aos moldes da Revolução Francesa de 1789, que ficou conhecida como Revolução dos Búzios, reprimida cruelmente. Esses episódios teriam importância singular anos mais tarde, quando essa mesma população negra alistou-se maciçamente no Exército Pacificador e, mesmo depois da ruptura com a metrópole portuguesa, lutaram bravamente por uma sociedade mais justa e igualitária, com destaque para a participação na Revolução da Sabinada, em 1837 e 1838, quando foram vítimas do mais terrível genocídio.

Somado aos levantes dos negros, outro aspecto que animou a luta pela Independência foi a oposição entre as elites portuguesas e as elites coloniais brasileiras. Embora algumas vezes solidários entre si – como nos termos do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves –, divergem radicalmente quanto à reorganização do Império Português, tendo na proposta portuguesa de recolonização do Brasil seu ponto de discórdia. Os deputados brasileiros fiéis às Cortes de Lisboa (Assembléia Constituinte do Império) rejeitaram definitivamente a proposta e mobilizaram suas Câmaras nas províncias para a Independência. Na Bahia, os primeiros conflitos ocorreram em 1821 – portanto, antes do grito do Ipiranga –, com mobilizações de militares e civis baianos que passaram a desafiar a Junta Provisória, dominada pelos portugueses. A situação ganhou contornos de confronto direto com a notícia da nomeação do brigadeiro Madeira de Melo para governar a Bahia. Daí em diante, ocorreram vários embates entre tropas brasileiras e portuguesas, tendo como saldo a tomada do Forte de São Pedro (no centro de Salvador) pelos lusitanos e a morte da Abadessa Sóror do Convento da Lapa, Joana Angélica, quando tentava impedir o ingresso de soldados portugueses no claustro feminino. Após a completa ocupação do Forte de São Pedro e a nomeação de Madeira de Melo para o governo da província, em março de 1822, dezenas de famílias e soldados brasileiros começaram a deixar Salvador rumo às vilas do Recôncavo (Santo Amaro, Cachoeira, São Francisco do Conde), onde foi organizada a resistência à ocupação portuguesa concentrada em Salvador. Localidades baianas reconheceram D. Pedro I como defensor perpétuo do Brasil, e reuniram voluntários e colaboraram com mantimentos e armamentos para formar o exército brasileiro que organizou a resistência.

Nos meses seguintes, a Bahia assistiu batalhas por terra e mar, tendo à frente o Exército Pacificador comandado pelo General Pierre Labatut. Esses conflitos ocorreram em Pirajá, Ilha de Itaparica, Canal do Funil, Cachoeira e no interior da Baía de Todos os Santos. As batalhas, com características de guerra civil, alcançaram seu ponto máximo entre maio e junho de 1823, quando, após a deposição de Labatut, o coronel Joaquim José de Lima e Silva assumiu o comando das tropas e comandou o cerco por terra à Salvador, auxiliado no mar pela esquadra comandada por Lord Cocharne.

Sitiada em Salvador, a Legião Constitucional – tropa portuguesa dirigida na Bahia por Madeira de Melo – se retirou na madrugada do dia 2 de julho de 1823. Aos primeiros raios do sol daquele dia, o Exército Pacificador entrou orgulhoso na cidade de Salvador para celebrar a vitória contra o conservadorismo e a opressão.

A guerra pela Independência do Brasil na Bahia foi um conflito relativamente curto (pouco mais de um ano), mas foi um dos episódios mais importantes para a consolidação da ideia de unidade do território brasileiro. Basta lembrar que, sem a Bahia, o novo país perderia uma das mais ricas e estrategicamente bem localizadas províncias do território, comprometendo a adesão de todo o Norte (Maranhão e Pará) à causa da Independência. Para Portugal, o controle da Bahia poderia, por exemplo, permitir possíveis investidas de reconquistar o Brasil. Ou seja, o desfecho do conflito no solo baiano interessava muito a ambos os lados, e a vitória dos partidários da causa do Brasil na Bahia foi fundamental para definir o que somos hoje como nação.

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vitorrenario: A resposta também foi ótima que nem sei o que falar, Obrigado!
kauan1952: Dnd , precisar estamos ai!
vitorrenario: Obrigado
AnirakCr: De nada viu❤
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