Português, perguntado por sandramacedo96, 9 meses atrás

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Respondido por sophiasena
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Resposta:

Eu e o Fábio Grande ficamos um tempo calados, os pés na areia e os olhos no horizonte, recordando tudo o que já havíamos visto em livros, filmes e programas de televisão sobre o Continente Negro.  

Sabia subir em coqueiro e pegar siri com a mão, andava descalço na areia sem queimar o pé e dava cambalhota na água sem tampar o nariz: me passava segurança suficiente, portanto, para que eu topasse a expedição transatlântica.  

Não sabíamos a que distância estávamos de nosso destino — o tio do meu amigo havia dito apenas que “indo sempre reto aqui” dava na África, sem entrar em maiores detalhes —, então resolvemos nos precaver: passamos em casa para pegar as pranchas de isopor e, após vinte minutos e um rolo inteiro de fita-crepe, conseguimos colar uma garrafa de Lindoia na frente de uma delas.  

Estava claro que ultrapassar as ondas seria a parte mais difícil: se conseguíssemos vencer aquela espessa barreira de espuma, o resto da jornada — a se julgar pela aparente calma do mar aberto — seria bico.  

Fábio me aconselhou a descer e irmos andando até onde desse pé, evitando assim uma precoce assadura nos mamilos.  

A primeira onda se aproximou e Fábio tentou me explicar, às pressas, a técnica do “joelhinho”, procedimento usado pelos surfistas para passar a arrebentação.  

Parecia simples, na teoria, e assim que a onda nos alcançou, tentei imitá-lo, mas algo não saiu exatamente conforme o planejado: foi como se eu tivesse sido jogado dentro de uma betoneira cheia de mingau;  

o mundo ficou bege e confuso, girei muitas vezes, ralei o ombro no fundo, entrou água no meu nariz, areia na boca e, quando dei por mim, estava sentado no rasinho, com os olhos ardendo e uma franja de sargaço tapando a visão.  

Breve debate: voltar para a casa e prender nova garrafa d’água — dessa vez com fita isolante — ou seguir adiante?  

Humilhado com o meu caldo, insisti para seguirmos em frente: tínhamos acabado de chupar picolés e não pretendíamos mesmo passar muito tempo na África — era ver uns leões, elefantes e rinocerontes e voltar  

a  

Como nenhum de nós se lembrava de ter visto imagens dos grandes felinos no mar, parecia seguro observar leões, leopardos e panteras de dentro d’água.  

Quanto aos tubarões, o combinado foi manter os pés para cima e bater os braços rapidamente — a prancha de isopor se encarregaria de proteger nossos troncos.  

Os sons da praia foram cada vez mais distantes: o frescobol, a buzina do sorveteiro, vozes de crianças, a matraca do vendedor de tapioca, alguém que gritava “Fábio!

Explicação:

DICA: site que chama turbine text ( resumos textos)

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