Faça um resumo de como era o modo de vida na china antiga
beatrizdutra27:
eu precisava que isso fosse respondido hj mesmo por favor
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China Antiga, de constituição social e política imóvel e prolongada é, antes de tudo, uma construção histórica recente. Esta civilização possuiu na antiguidade um dinamismo todo próprio, sobre o qual observamos o desenvolvimento e a evolução de práticas culturais e econômicas derivadas, por um lado, dos tempos proto-históricos e, por outro, da interação com povos estrangeiros, em geral de ascendência étnica sino-mongólica. O Mundo chinês era essencialmente agrícola e artesanal e esse modo de vida, que tanto combateu para dominar e se harmonizar com o meio ambiente se contrapunha, culturalmente, ao sistema de vida nômade do norte, onde havia a prática intensiva da pecuária, criando a dicotomia “sedentário - civilizado” X “bárbaro - nômade”.
Como forma efetiva de transmissão dos conhecimentos, os chineses desenvolveram a ritualização das técnicas produtivas e interativas com a natureza, característica fundamental desta civilização. Na época de Confúcio, muitos desses rituais já haviam perdido seu sentido original, mas continuavam a ser defendidos como modelos ideais de conexão com a natureza (Lunyu, 3). Como afirma Granet, "A vida das aldeias está submetida ao ritmo das estações. No outono e na primavera, realizam-se as assembléias populares reunindo homens e mulheres que se entregam conjuntamente a brincadeiras e orgias: concursos para tirar dos ninhos os ovos das aves migradoras, lutas, perseguições, danças e cantos, colheita de plantas silvestres, batalhas de flores, justas em que se defrontam moças e moços numa dança ritmada por meio de canções improvisadas etc.; comedeiras e bebedeiras encerram tais jogos, enquanto se concluem trocas e vendas, à semelhança da própria feira.Quando o ano agrícola termina, efetuando-se então a volta à aldeia, os homens festejam entre si o fim da colheita; a celebração é feita com torneios de prendas. A estação morta vai começar; é ela inaugurada pela cerimônia do Grande No que anuncia a hibernagem dos homens e dos animais; disto participam apenas os homens; há danças com disfarces animalescos, ao som de um timbale de argila, os exorcistas exibem seus talentos, come-se e bebe-se, fazem-se apostas, adormece-se, enfim, na embriaguez, depois de amplas despesas, cabendo aos anciãos a presidência da agitação geral. A festa de Paqa fecha o período ativo que precede imediatamente o inverno; é celebrada pelos velhos da aldeia que, em vestes de luto e com o bastão na mão, convidam os homens a dar início ao retiro, a fim de preparar a renovação de outro ano" (1930/1979).
Mas a busca incessante por modelos efetivos de subsistência é que articulou, nos tempos remotos, as idéias de uma ciência chinesa primitiva que seria re-sistematizada no tempo das Cem Escolas. Isso resplandece, também, na forte atribuição que as técnicas tiveram no desenvolvimento material da civilização, contribuindo para os avanços inúmeros obtidos no campo da metalurgia, cerâmica, trabalho artesanal, fabril, etc. E todas essas conquistas foram alcançadas tendo por raiz os sistemas cosmológicos naturais, que sobreviveram até hoje na forma de teorias elementares sobre o espaço, o corpo e a natureza; "Com a civilização chinesa, chegamos a um panorama do mundo e da ciência diferente, em muitos aspectos, daquele característico do Ocidente. [...] Mas para entender bem suas realizações devemos ter em mente que, desde os tempos mais primitivos, os chineses encaravam o universo como um vasto organismo, do qual o homem e o mundo natural representam apenas uma parte. Esse ponto de vista influenciou profundamente o modo pelo qual eles explicavam os fenômenos naturais; em alguns casos, isso os ajudou a se antecipar ao Ocidente na busca de explicações para muitos fatos; mas, em outros, impediu-os de achar a verdadeira interpretação para o comportamento do mundo. Um segundo fator que também desempenhou papel importante foi a rejeição - ou sua falta de crença - de toda espécie de divindade pessoal onipotente como um poder mais alto a governar o universo. Algumas conseqüências desse fato serão consideradas mais adiante. Os chineses sempre demonstraram um extraordinário senso prático, uma imensa habilidade em aplicar todos os conhecimentos a fins práticos. Entre os povos primitivos, eles eram cientistas práticos par excellence, [...] como veremos claramente, não foi apenas em tecnologia que os chineses mostraram seu pioneirismo; eles tinham alguns pontos de vista científicos que eram muito avançados para a época, embora freqüentemente os formulassem em termos práticos". (Ronan, 1986)
É o caso dos avanços obtidos no desenvolvimento da produção que culminaram, por exemplo, com o domínio fabuloso das técnicas de irrigação, principalmente no final dos Shang, quando se tornam uns dos fatores primordiais na estruturação das vidas comunitárias. Igualmente, estas concepções sobre o natural sofriam (e se reproduziam) no campo ideológico, influenciando as organizações sociais.
Como forma efetiva de transmissão dos conhecimentos, os chineses desenvolveram a ritualização das técnicas produtivas e interativas com a natureza, característica fundamental desta civilização. Na época de Confúcio, muitos desses rituais já haviam perdido seu sentido original, mas continuavam a ser defendidos como modelos ideais de conexão com a natureza (Lunyu, 3). Como afirma Granet, "A vida das aldeias está submetida ao ritmo das estações. No outono e na primavera, realizam-se as assembléias populares reunindo homens e mulheres que se entregam conjuntamente a brincadeiras e orgias: concursos para tirar dos ninhos os ovos das aves migradoras, lutas, perseguições, danças e cantos, colheita de plantas silvestres, batalhas de flores, justas em que se defrontam moças e moços numa dança ritmada por meio de canções improvisadas etc.; comedeiras e bebedeiras encerram tais jogos, enquanto se concluem trocas e vendas, à semelhança da própria feira.Quando o ano agrícola termina, efetuando-se então a volta à aldeia, os homens festejam entre si o fim da colheita; a celebração é feita com torneios de prendas. A estação morta vai começar; é ela inaugurada pela cerimônia do Grande No que anuncia a hibernagem dos homens e dos animais; disto participam apenas os homens; há danças com disfarces animalescos, ao som de um timbale de argila, os exorcistas exibem seus talentos, come-se e bebe-se, fazem-se apostas, adormece-se, enfim, na embriaguez, depois de amplas despesas, cabendo aos anciãos a presidência da agitação geral. A festa de Paqa fecha o período ativo que precede imediatamente o inverno; é celebrada pelos velhos da aldeia que, em vestes de luto e com o bastão na mão, convidam os homens a dar início ao retiro, a fim de preparar a renovação de outro ano" (1930/1979).
Mas a busca incessante por modelos efetivos de subsistência é que articulou, nos tempos remotos, as idéias de uma ciência chinesa primitiva que seria re-sistematizada no tempo das Cem Escolas. Isso resplandece, também, na forte atribuição que as técnicas tiveram no desenvolvimento material da civilização, contribuindo para os avanços inúmeros obtidos no campo da metalurgia, cerâmica, trabalho artesanal, fabril, etc. E todas essas conquistas foram alcançadas tendo por raiz os sistemas cosmológicos naturais, que sobreviveram até hoje na forma de teorias elementares sobre o espaço, o corpo e a natureza; "Com a civilização chinesa, chegamos a um panorama do mundo e da ciência diferente, em muitos aspectos, daquele característico do Ocidente. [...] Mas para entender bem suas realizações devemos ter em mente que, desde os tempos mais primitivos, os chineses encaravam o universo como um vasto organismo, do qual o homem e o mundo natural representam apenas uma parte. Esse ponto de vista influenciou profundamente o modo pelo qual eles explicavam os fenômenos naturais; em alguns casos, isso os ajudou a se antecipar ao Ocidente na busca de explicações para muitos fatos; mas, em outros, impediu-os de achar a verdadeira interpretação para o comportamento do mundo. Um segundo fator que também desempenhou papel importante foi a rejeição - ou sua falta de crença - de toda espécie de divindade pessoal onipotente como um poder mais alto a governar o universo. Algumas conseqüências desse fato serão consideradas mais adiante. Os chineses sempre demonstraram um extraordinário senso prático, uma imensa habilidade em aplicar todos os conhecimentos a fins práticos. Entre os povos primitivos, eles eram cientistas práticos par excellence, [...] como veremos claramente, não foi apenas em tecnologia que os chineses mostraram seu pioneirismo; eles tinham alguns pontos de vista científicos que eram muito avançados para a época, embora freqüentemente os formulassem em termos práticos". (Ronan, 1986)
É o caso dos avanços obtidos no desenvolvimento da produção que culminaram, por exemplo, com o domínio fabuloso das técnicas de irrigação, principalmente no final dos Shang, quando se tornam uns dos fatores primordiais na estruturação das vidas comunitárias. Igualmente, estas concepções sobre o natural sofriam (e se reproduziam) no campo ideológico, influenciando as organizações sociais.
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