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Fiocruz Minas participa de estudo para vacina contra Covid-19
Pesquisadores da Fiocruz Minas estão integrando uma rede do Instituto Nacional
de Ciência e Tecnologia em Vacinas (INCTV) para o desenvolvimento de uma vacina
contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). O estudo terá como base uma técnica
elaborada pelo Grupo de Imunologia de Doenças Virais da Fiocruz Minas, que utiliza o
vírus da influenza para gerar resposta imunológica contra o novo coronavírus.
“A técnica consiste em usar o vírus da influenza como vetor vacinal. Como se
trata de um vírus defectivo para a multiplicação, ele não causa a doença, mas gera
produção de anticorpos. Com esse processo, uma das possibilidades é desenvolver uma
vacina bivalente, que possa ser usada contra influenza e contra o coronavírus”, explica o
pesquisador Ricardo Gazzinelli, líder do Grupo de Imunopatologia da Fiocruz Minas e
coordenador do INCTV. A rede de estudo no INCT, sediado em Belo Horizonte, é
formada por laboratórios de diferentes instituições.
A pesquisa envolve diversas etapas. Para iniciar o estudo, os pesquisadores
trabalharão na construção do vírus recombinante. O vírus da influenza será modificado
dentro do laboratório para que ele possa transportar parte da proteína do novo
coronavírus, que lhe dará capacidade de oferecer proteção contra a Covid-19.
“Terminada esta etapa de construção, serão feitos testes em células infectadas
para avaliar se o vírus de fato está produzindo a proteína do Sars-CoV-2. Trata-se de um
‘teste de qualidade do vírus’. A partir daí, iniciam-se novos processos que envolvem
testes em camundongos e, futuramente, ensaios clínicos”, explica o pesquisador
Alexandre Machado, do Grupo de Imunologia de Doenças Virais da Fiocruz Minas, que
está à frente do desenvolvimento desta técnica.
De acordo com Machado, o estudo conta com vários parceiros, que atuarão em
diferentes fases da pesquisa. “Trata-se de um esforço coletivo envolvendo os vários
membros da minha equipe: pós-doutorandos e alunos de pós-graduação, os quais estão
na linha de frente deste projeto, e a colaboração com pesquisadores de diferentes
instituições do Brasil, atuando conjuntamente e somando esforços para termos uma
vacina nacional, que possa ser distribuída pelo Sistema Único de Saúde [SUS]”,
destaca.
Gazzinelli ressalta que, embora as atividades já estejam em andamento, o
desenvolvimento de uma vacina leva tempo. Em situações de calamidade pública, como
a atual, em que as decisões relacionadas a financiamento são mais céleres, é possível
chegar a resultados em torno de dois anos a três anos. “Este é um momento importante
em que a ciência vem sendo chamada e nós estamos preparados para dar a nossa
contribuição”, afirma.
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A pesquisa envolve diversas etapas. Para iniciar o estudo, os pesquisadores
trabalharão na construção do vírus recombinante. O vírus da influenza será modificado
dentro do laboratório para que ele possa transportar parte da proteína do novo
coronavírus, que lhe dará capacidade de oferecer proteção contra a Covid-19.
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