Português, perguntado por ms8542996, 7 meses atrás

Faça um poema sobre Maria Firmina dos Reis

Por favor alguém me ajuda!!!​

Soluções para a tarefa

Respondido por carolinacordeirotj
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Resposta: O MEU DESEJO

A um jovem poeta guimaraense

Na hora em que vibrou a mais sensível

Corda de tu’alma ─ a da saudade,

Deus mandou-te, poeta, um alaúde,

E disse: Canta amor na soledade.

Escuta a voz do céu, ─ eia, cantor,

Desfere um canto de infinito amor.

Canta os extremos d’uma mãe querida,

Que te idolatra, que te adora tanto!

Canta das meigas, das gentis irmãs,

O ledo riso de celeste encanto;

E ao velho pai, que tanto amor te deu,

Grato oferece-lhe o alaúde teu.

E a liberdade, ─ oh! poeta, ─ canta,

Que fora o mundo a continuar nas trevas?

Sem ela as letras não teriam vida,

Menos seriam que no chão as relvas:

Toma por timbre liberdade, e glória,

Teu nome um dia viverá na história.

Canta, poeta, no alaúde teu,

Ternos suspiros da chorosa amante;

Canta teu berço de saudade infinda,

Funda lembrança de quem está distante:

Afina as cordas de gentis primores,

Dá-nos teus cantos trescalando odores.

Canta do exílio com melífluo acento,

Como Davi a recordar saudade;

Embora ao riso se misture o pranto;

Embora gemas em cruel saudade…

Canta, poeta, ─ teu cantar assim,

Há de ser belo, enlevador, enfim.

Nos teus harpejos, juvenil poeta,

Canta as grandezas que se encerram em Deus,

Do sol o disco, ─ a merencória lua,

Mimosos astros a fulgir nos céus;

Canta o Cordeiro, que gemeu na Cruz,

Raio infinito de esplendente luz.

Canta, poeta, teu cantar singelo,

Meigo, sereno como um riso d’anjos;

Canta a natura, a primavera, as flores,

Canta a mulher a semelhar arcanjos,

Que Deus envia à desolada terra,

Bálsamo santo, que em seu seio encerra.

Canta, poeta, a liberdade, ─ canta.

Que fora o mundo sem fanal tão grato…

Anjo baixado da celeste altura,

Que espanca as trevas deste mundo ingrato.

Oh! sim, poeta, liberdade, e glória

Toma por timbre, e viverás na história.

Eu não te ordeno, te peço,

Não é querer, é desejo;

São estes meus votos ─ sim.

Nem outra coisa eu almejo.

E que mais posso eu querer?

Ver-te Camões, Dante ou Milton,

Ver-te poeta ─ e morrer

Explicação:

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