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AS CIVILIZAÇÕES PERDIDAS DA AMAZÔNIA
O exemplo mais bem estudado dessas civilizações amazônicas deve ser o da região leste
da Ilha de Marajó. Uma série de acasos geográficos fez com que essa área fosse repleta
de campos alagáveis que lembram mais o Pantanal do que a imagem que normalmente
temos da Amazônia. Mais ou menos a partir do ano 500, os moradores da região
desenvolveram um sistema de construção de mounds (conhecidos por lá como “tesos”) e
de represas que lhes permitia escapar enxutos à fase das cheias, de janeiro a junho, e
controlar o suprimento de peixes que saíam do curso normal dos rios para desovar
durante a inundação. Tudo indica que, no alto dos tesos, desenvolveu-se uma cultura
aristocrática baseada no controle dos recursos pesqueiros. A arte funerária em cerâmica
feita para os senhores de Marajó é uma das mais requintadas das Américas, com motivos
estilizados da fauna – em especial as curvas e as escamas de serpentes como a sucuri.
Tangas de cerâmica com variadas decorações parecem ter sido usadas em cerimônias
ligadas aos diferentes estágios da vida feminina, levando em conta a simbologia da
fertilidade nesses desenhos. Cerâmica pode não parecer um marco tecnológico muito
impressionante. Mas a construção de vasos complexos indica uma pessoa especializada
nisso, um profissional, algo que não existe em grupos caçadores-coletores. A disposição
geográfica dos tesos marajoaras parece ter sido cuidadosamente planejada para proteger
certos tesos maiores, que seriam centros cerimoniais e de moradias aristocráticas, e
cercar as represas nas quais alevinos (larvas de peixe) eram criados. Subindo o rio, nas
regiões das atuais Santarém (mais a leste) e Manaus (mais a oeste), os últimos séculos
antes da chegada dos europeus viram um grande crescimento demográfico, a
intensificação da atividade agrícola e, principalmente, do uso dos ricos recursos
pesqueiros amazônicos. Santarém, em particular, tinha “complexidade e escala urbanas”,
segundo a arqueóloga americana Anna Roosevelt, da Universidade de Chicago. Seriam
15 quilômetros quadrados de área construída, com a produção intensiva de cerâmica
ritual e dos famosos muiraquitãs, amuletos de pedra semipreciosa esverdeada (muitas
vezes no formato de anfíbios), que circulavam por boa parte da América do Sul e até pelo
Caribe como objetos de alto valor – mal comparando, como se fossem iPhones mágicos.
Mas, por enquanto, as marcas mais impactantes da presença humana na floresta vêm do
Alto Xingu. Michael Heckenberger, antropólogo da Universidade da Flórida, junto com
Carlos Fausto e Bruna Franchetto, do Museu Nacional da UFRJ, mostraram que, em
primeiro lugar, havia cerca de dez vezes mais povoados indígenas na região antes do
século XVI e que, de quebra, as maiores entre essas aldeias eram dez vezes mais
populosas que suas equivalentes modernas, chegando a ter milhares de habitantes,
similares a pequenas cidades medievais ou da Grécia antiga. Dados de satélite mostram
estruturas cuidadosamente planejadas ordenando a antiga paisagem do Alto Xingu. As
maiores aldeias, que provavelmente eram centros religiosos com até dois “terreiros” para
festas sagradas, serviam como ponto de partida para uma rede de estradas que as
cortava nas direções leste-oeste, norte-sul e orientações secundárias em ângulos de 45
graus. Tais estradas chegavam a ter 50 metros de largura, estendiam-se por vários
quilômetros e contavam com pontes e “acostamentos” feitos com terra. Esses grandes
povoados contavam ainda com muralhas de toras de madeira, controlavam o cultivo de
grandes lavouras de mandioca e pomares de pequi e, tal como em outros lugares da
Amazônia, lagoas artificiais para a prática da piscicultura e a criação de tartarugas,
cobiçadas por sua carne e seus ovos. Levando em conta todas essas evidências, estima-
se que a população amazônica na época do contato com os europeus tenha chegado a 8
milhões de habitantes (conta que inclui as áreas do ecossistema nos países vizinhos).
Como comparação, o Brasil inteiro só chegou perto da casa dos 10 milhões de habitantes
no fim do século XIX.
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Resposta: Oi espero ter ajudado é pouco mais é alguma coisa né Bjs ♡♥♡
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Resposta:A mais de 2 mil quilômetros de distância da Ilha de Marajó, no Acre, existe outro tipo de vestígio das civilizações que prosperaram na Amazônia antes da chegada de Pedro Álvares Cabral. São geoglifos, desenhos geométricos que só podem ser notados quando vistos do alto – mais ou menos como as linhas de Nazca, no Peru.
Explicação:espero ter ajudado é pouco mais é alguma coisa né Bjs♡ ♥ ♡
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