Português, perguntado por kesiasanto1200, 10 meses atrás

Faça um conto sobre uma tempestade muito forte

Soluções para a tarefa

Respondido por mariaeduarda277817
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Resposta:

Soltei a bolsa de couro no chão. Estava leve já que se tratava da bagagem de mão. Ela se apoiou nas outras malas maiores que estavam ao lado da porta de casa. Prontas para o grande dia.

Amanhã a mudança tão aguardada finalmente aconteceria. Foram meses de preparação, pesquisas, economias, viagens de reconhecimento, conversas com família e amigos e despedidas. Muitas despedidas. Em menos de 24 horas seria hora de entrar em um avião e deixar tudo para trás.

Encarei minha casa e senti por dentro o mesmo vazio. Tudo nunca esteve tão branco. Já havia vendido boa parte dos móveis, só sobraram a cama e um sofá que viriam buscar no sábado. E aí, em um dia qualquer das próximas semanas, a corretora traria alguém para conhecer minha casa, pintar as paredes, colocar outros móveis e apagar todos os meus vestígios.

Queria dizer que estava pronta para ir embora e nunca mais olhar para trás, mas a cada nova olhada, outra dúvida surgia. Mudar nunca era fácil. Acho que só entendemos o apego que temos às coisas quando nos vemos obrigados a deixá-las para trás. São tantos momentos bons que levaria essa casa comigo para o outro lado do oceano se pudesse.

Do nada, a sala se iluminou com um trovão. Estremeci com o susto e sorri. Terra da garoa. Era assim que minha cidade era conhecida, mas era cada tempestade que muitas vezes achávamos que íamos ser levadas pelo vento forte. Quantas vezes minha irmã e eu não nos escondemos dos trovões.

Andei até a janela e observei a chuva castigar a rua. Duas meninas, que recentemente perderam o medo dos trovões, agora corriam tomando banho de chuva, espalhando água, gritando e gargalhando uma para outra. A alegria e a inocência de quem não esperava nada do amanhã e a ele nada devia. Elas sumiram lentamente, deixando um sabor doce na memória.

Saí de casa para adicionar mais um tempero às lembranças. Queria sentir o gosto da chuva de novo. O barulho alto da tempestade batendo agressivamente contra os telhados da vizinhança não me intimidou. Andei até o meio da rua, assim como minha irmã e eu fazíamos anos atrás, e antes de fazer qualquer movimento, escorreguei no chão molhado. Senti uma pontada no coração quando caí e a excitação crescente conforme deslizava sentada ladeira abaixo, o vento contra o rosto.

Parei devagar no fim da rua e meu primeiro instinto foi olhar discretamente em volta se havia alguém me olhando e, sem nem observar todas as casas a minha volta, desatei a rir. Gargalhei, tremi e solucei ao mesmo tempo enquanto olhava o nada. Ri como se não estivesse sentada no asfalto duro e molhado na chuva. Ri como se não estivesse a um dia de mudar minha vida para sempre. Ri como se ainda estivesse no controle de alguma coisa. Ri como se todas as dúvidas tivessem acabado. Ri.

Levantei, ergui a cabeça e deixei a chuva cair mais um pouco em meu rosto. Se não levasse embora as dúvidas, que pelo menos lavasse minha alma antes da partida.

Fui andando devagar rua acima. De volta para casa. Olhei cada uma das propriedades a minha volta. De umas, teria memórias dos vizinhos; de outras, só da paisagem, da beleza dos jardins. Cada detalhe vai fazer falta. Cheguei a minha porta e, após uma última olhada no bairro, fechei os olhos. Visualizei tudo em minha mente e sorri. Era aqui que tudo ia ficar gravado. Na memória. Eu finalmente estava pronta.

Respondido por geromelouis82
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Resposta:

não sei não de relação tudo bem

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