História, perguntado por ericasantan258, 1 ano atrás

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Respondido por Taynamolive
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A Revolução Francesa foi o acontecimento que marcou a História do Ocidente. A transformação da sociedade francesa derrubou uma monarquia absolutista, rompendo definitivamente com os costumes seculares que submetiam os camponeses a obrigações feudais e pôs fim à sociedade de ordens abrindo espaços para uma classe social: a burguesia que iria comandar o século XIX. Durante a Revolução Francesa deparamos com importantes testemunhos que desmistificam a fragilidade da mulher que era reconhecida por sua função maternal e passividade frente aos fatos então ocorridos. Embora a mulher tenha sido excluída da condição de cidadã, sua participação constante foi importante nas ações e nas ideias, que levaram à efetivação dos propósitos dos revolucionários. A historiografia da Revolução Francesa nos mostra o papel do homem revolucionário atuante que elimina uma sociedade estatizada e consolida um novo modelo político e social alavancado no capitalismo. Neste contexto encontramos a participação das mulheres nos movimentos revolucionários. As duas mulheres que mais são citadas nas bibliografias sobre a revolução são a rainha Maria Antonieta e Chalotte Corday – que sai do anonimato por matar Marat, a quem responsabilizava os horrores da guilhotina. A Revolução Francesa foi marcada por intensa participação das mulheres que representavam os diversos grupos que de uma maneira ou de outra acreditaram estar lutando para modificar uma condição que a prejudicava e a sua família. Elisabeth Badinter afirma que:
As mulheres tentaram fazer-se ouvir durante a Revolução. Algumas através da pena ou da palavra, e a maioria com seus gritos nas tribunas da Assembleia e das sociedades populares, ou com suas manifestações nas ruas. […] Dois tipos de mulheres chamaram a atenção. Umas anônimas são as mulheres do povo: operarias de tecidos (lavadeiras, fiadeiras…), lojistas, feirantes. São elas as primeiras a reagirem ao período de miséria, e a tomar frente dos motins da fome. […] Mas a revolução teve outras atrizes: um número pequeno de mulheres […] Mulher de letras que mal sabiam escrever como Olympe de Gouges ; […] mulheres oriundas da pequena burguesia, se interessavam pela politica, assistiam as sessões das sociedades populares, e fundaram elas mesmas, em Paris e na província, clubes femininos.( BADINTER, 1989, P.9).
 
Mesmo excluídas de representação politica desde o inicio dos trabalhos da Assembleia, as mulheres se faziam presentes. Além de fiscalizarem os trabalhos dos deputados, elas eram porta – vozes dos acontecimentos, tendo a missão de informar a população das decisões politicas, até 1793, quando foram impedidas de se fazerem presente pelos membros da convenção. Entre as participações politicas femininas, sem duvida o nome Olympe de Gouges (1748 – 1793) se destaca; feminista atuou junto à Assembleia, nos salões literários e nas manifestações de ruas, ela reivindicava a participação da mulher. Outras duas mulheres que marcaram a atuação feminina na Revolução Francesa foi: Théroigne de Méricout (1762 – 1817) e Etta Palm d’ Aelders (1743 – 1799) defendiam, em seus discursos, os direitos políticos das mulheres, o divórcio e a educação feminina. “Não fiz a guerra como mulher, fiz a guerra como um bravo”. Declarou Marie – Henriette Xaintrailles em carta ao Imperador Napoleão Bonaparte, (1768 – 1821).
Revista Thema/2012/09(02). Joessane de Freitas Schmidt² – Especialista em Educação e Contemporaneidade (IFSUL – Campus Charquedas)
BADINTER, Elisabeth. Émilie, Émilie. A ambição feminina no século XVIII / Elisabeth Badinter; tradução de Celeste Marcondes – São Paulo : Discurso Editorial Duna Dueto : Paz e Terra, 2003.
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