Artes, perguntado por vicgabr68, 3 meses atrás

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Respondido por emanuellecabral3
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Resposta: O Signo no Teatro  

Na medida em que uma linguagem se define como um sistema de signos destinados à comunicação, está claro que o teatro não é uma linguagem, que não existe, falando com propriedade, uma linguagem teatral.

O texto teatral, sem constituir uma linguagem autônoma, pode ser analisado como qualquer outro objeto linguístico segundo: a) as regras da linguística; b) o processo de comunicação, já que possui, incontestavelmente emissor-código-mensagem-receptor.

A representação teatral constitui um conjunto de signos de natureza diversa que evidencia um processo complexo de comunicação, no que coincidem uma série de emissores, uma série de mensagens, e um receptor múltiplo presente a um mesmo local.

Se é verdadeiro que a comunicação não é tudo no funcionamento da representação, que não pode ser prescindido nem da expressão nem do que G. Mounin chama estímulo, isso não impede que possa ser analisado o processo relacionante texto-representação.

Segundo Saussure, o signo é um elemento significante composto por duas partes indisociables que são o significante e o significado. O terceiro elemento da tríade do é o referente, isto é, o elemento ao que envia o signo no processo de comunicação. No teatro os signos respondem a esta definição e são, em consequência, merecedores de um tratamento linguístico.

A teoria da semiología teatral está ainda em uma fase de aperfeiçoamento. Luis Prieto distingue entre signos não intencionales, indícios, e signos intencionales, sinais. Os indícios e os sinais podem ser verbais e não verbais. No teatro, todos os signos são em princípio assinale, já que, teoricamente, todos são intencionales, o que não impede que sejam também indícios de algo diferente de seu denotado principal. Todo signo teatral é ao mesmo tempo indício e ícone: ícone, por ser o teatro uma produção-reprodução das ações humanas, indício, já que todo elemento da representação se insere em uma série na que adquire seu sentido; o rasgo mais inocente, o mais gratuito em aparência, tende a ser percebido pelo espetador como indício de elementos por aparecer, embora a expectativa fique depois defraudada.

A representação está constituída por um conjunto de signos verbais e não verbais, a mensagem verbal figura no interior do sistema da representação com sua matéria de expressão própria, a voz. Também vem pois, denotado segundo dois códigos, o linguístico e acústico. A eles se unem outros códigos, graças aos quais podem ser decodificados os signos não verbais (códigos visuais, musicais, proxémicos, etc.). Na representação, toda mensagem teatral exige, para ser decodificado, uma multidão de códigos, o que permite, estranhamente, que o teatro seja compreendido inclusive por quem não dominam todos os códigos. A isto se lhe deve acrescentar os códigos propriamente teatrais.

Pode ser considerado como um código teatral por excelência, o que apresenta como um repertório de equivalências ou uma regra de equivalência, termo a termo entre dois sistemas de oposições.

O signo teatral converte-se em uma noção complexa na que cabe não só a coexistencia senão a sobreposição de signos. Na cada instante da representação, podemos substituir um signo por outro que faça parte do mesmo paradigma.

A noção de signo perde sua precisão e não pode ser destacado um signo mínimo, não é possível estabelecer uma unidade mínima da representação, que seja como um corte no tempo. Todo signo teatral, inclusive o menos indicial ou puramente icónico, é suscetível do que chamaremos uma operação deresemantización. Todo signo, ainda o mais acidental, funciona como uma pergunta lançada ao espetador que reclama uma ou várias interpretações; um simples estímulo visual.

A existência de estímulos não é privativa do teatro e nem sequer o é do espetáculo. Muitos dos signos percebidos em um processo de comunicação funcionam ao mesmo tempo como signos e como estímulos.

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