Explique resumidamente, com suas palavras,
porque a destruição das florestas concorre para a escassez de água?
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Resposta:
Há uma íntima relação entre menos vegetação natural e comprometimento de fontes d’água. Fatores como a frequência de chuvas e a diminuição do volume de água em lençóis freáticos podem ser potencializados pelo desmatamento.
Ao longo dos anos, ambientalistas, biólogos, climatologistas e outros pesquisadores vêm publicando estudos e soando alertas para as consequências que o desmatamento pode ter no clima e nas fontes d’água em diversas áreas do país.
No primeiro ano da crise hídrica que atingiu São Paulo entre 2014 e 2016, o cientista Antônio Nobre publicou o trabalho “O futuro climático da Amazônia”. Construído a partir de dados de dezenas de estudos da biologia e da climatologia, entre outras áreas, Nobre explica que “a devastação da floresta oceano-verde gera um clima dramaticamente inóspito”.
“Os especialistas já comprovaram que o desmatamento desenfreado está agravando o desabastecimento de água”, explicou Nurit Bensusan, bióloga e pesquisadora associada da Universidade de Brasília (UnB), em entrevista ao site do ISA (Instituto Socioambiental), em fevereiro de 2018.
Os sistemas se constituem de elementos conectados. As estiagens em si não são novidade, elas vêm e vão em ciclos. Mas pesquisadores apontam que a estiagem em um planeta em média 1ºC mais quente representa um problema mais sério. Uma área que enfrenta uma seca é ainda mais prejudicada se sofreu desmatamento.
Na década de 1970, pesquisadores apontaram pela primeira vez que chuvas em diversas regiões da América do Sul podiam sofrer influência do vapor proveniente da Amazônia
“Temos períodos de seca por razões que independem das mudanças climáticas”, explicou o climatologista Carlos Nobre, em 2016. “Mas o impacto de uma seca similar (digamos, com 50% menos de chuva) há cem anos é diferente hoje, num planeta em que a temperatura já está um grau mais alta. Hoje, por conta disso, a evaporação da água é mais acelerada – isso é uma realidade em vários lugares do mundo. Então, o déficit de chuva pode ser o mesmo, mas o déficit de água no solo é maior.”
Países como a China têm adotado políticas de reflorestamento como medida de segurança contra futuros problemas climáticos. Para ambientalistas e cientistas, o Código Florestal, aprovado em 2012, vai na direção contrária.
“A taxa oficial de desmatamento do governo [em 2016] mostra uma alta de 75% desde que as mudanças do Código Florestal foram aprovadas”, explicou Antônio Fonseca, um dos responsáveis pelo boletim de desmatamento do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), em entrevista à Folha em 2016.
Em 2013, a Procuradoria-Geral da República e o PSOL foram à Justiça contestar mais de 40 itens do Código por meio de quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) no STF (Supremo Tribunal Federal). O tribunal acolheu apenas quatro dos questionamentos.
A influência da Amazônia
“A floresta amazônica não somente mantém o ar úmido para si mesma, mas exporta rios aéreos de vapor que transportam a água para as chuvas fartas que irrigam regiões distantes no verão hemisférico”, relatou Nobre em seu estudo.
Na década de 1970, pesquisadores liderados pelo engenheiro agrônomo Enéas Salati apontaram pela primeira vez que chuvas em diversas regiões da América do Sul podiam sofrer influência do vapor proveniente da Amazônia, produzido por seu solo e pela vegetação.
Duas décadas depois, os pesquisadores americanos Reginald e Nicholas Newell formularam a ideia de “rios atmosféricos”, ou seja, fluxos na baixa atmosfera que carregavam quantidades de água sob a forma de vapor em volumes superiores ao que o próprio rio Amazonas leva por dia (17 bilhões de toneladas por dia).
espero que ajude ;)