Explique quais as diferenças do uso da floresta que os indígenas faziam antes da colonização e o que ocorreu após a colonização dos portugueses na área de Mata Atlântica.
Soluções para a tarefa
A Mata Atlântica começou a desaparecer assim que os colonizadores puseram os pés no novo continente. “Um dos primeiros atos dos portugueses que alcançaram a costa brasileira no dia 22 de abril de 1500 foi abater uma árvore para montar a cruz da primeira missa”, lembra o historiador americano Warren Dean (1932-1994), no livro A Ferro e Fogo. Foi o prenúncio da devastação implacável que se seguiria. A exploração madeireira, o cultivo da cana-de-açúcar no Nordeste e a instalação de centros urbanos no litoral reduziram a 6% do tamanho original uma floresta que sobrevivera quase intacta aos primeiros 10 000 anos de presença humana na América do Sul.
Os primeiros inquilinos – os índios – quase não modificaram a floresta. A paisagem foi moldada pelos longos períodos glaciais do último milhão de anos, como em todas as regiões tropicais do planeta.
Cada vez que as geleiras avançavam, a mata encolhia, cautelosa. Não chegava a congelar, mas sofria com a queda da temperatura. Parte do território virava deserto e apenas umas poucas ilhas de árvores resistiam. Depois, nos intervalos quentes e úmidos, voltavam a se expandir. Nem todos os animais e plantas sobreviveram ao impacto de mudanças tão radicais. “Ocorreram holocaustos de extinção”, diz a historiadora ambiental Jeanne Cordeiro, do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Mas, enquanto algumas espécies desapareciam, outras surgiam. Nos bolsões que restavam, a fauna e a flora continuavam a evoluir e cada espécie ia se diferenciando de suas “irmãs”. Por isso, o índice de endemismo – a existência de plantas e animais exclusivos de um ecossistema – é muito alto na Mata Atlântica.