História, perguntado por duda2275, 1 ano atrás

explique pq naquela epoca as mulheres tem mais filhos e hoje as mulheres é raro as mulheres ter mais q 5 filhos???

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Respondido por AnaaCarolinecb
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Naquele tempo ninguém sabia quase nada , por exemplo , os pais não davam conselhos ou nem nunca comentavam em escolas , palestras sobre a importância do PRESERVATIVO e sobre o anticoncepcional . Hoje em dia temos tudo isso dentro de casa e è raro , até por que nos dias de hoje se tiver 5 filhos è bem complicado . Espero que tenha te ajudado .
Respondido por leehsouza7
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Casamento, por exemplo, praticamente não havia. Pelo menos na forma como se entendia na Europa. Homens e mulheres viviam em concubinato, amaziados, ou sob diversas outras variantes da vida em comum. Ainda no século XVIII, o índice de concubinatos era altíssimo: alcançava 80% dos casais na Bahia, mais de 70% no Rio de Janeiro e em torno de 50% em São Paulo. Apenas entre as classes mais abastadas havia casamento convencional, que mantinha intacto o patrimônio da família e assegurava proteção às filhas após deixarem a casa paterna. Fora dessa minoria absoluta, ninguém casava mesmo.

E, nisso, as mulheres não só não tinham o aval da Igreja e do Estado, como não seguiam regras convencionais: trocavam de homem quando lhes aprazia e tinham filhos com quem achavam melhor. Elas certamente escolhiam um companheiro único, muitas vezes; mas ele freqüentemente partia atrás de trabalho, pouco tempo depois, deixando mulher e filhos. Estes, por sua vez, tinham muitas mães, isto é, não eram criados apenas pela mãe biológica. Ajudavam nessa tarefa comadres, tias, avós e vizinhas, numa espécie de maternidade informal e coletiva: todo mundo tomava conta de todo mundo.

As mulheres acostumaram-se, sem problema algum, a criar os próprios filhos e os de seu marido com outras mulheres, tanto quanto os filhos de outros homens com outras mulheres. “O que importava era a rede de solidariedade estabelecida entre a mulher e a sua prole”, explica a historiadora Mary Del Priore, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo. Estudiosa dos assuntos femininos do presente, Mary mostrou que a mulher brasileira tem nada menos de 300 anos — ou seja, os seus hábitos atuais e maneira de ser foram moldados, na verdade, a partir do século XVI.

Isso aconteceu justamente durante o conflito entre os colonizadores portugueses e a sociedade inicial do Brasil. Antes de mais nada, é preciso dizer que os primeiros brasileiros certamente tinham regras sociais, com deveres e direitos muito claros, ditados pela própria comunidade. E eram boas regras: ser boa mãe e mulher, por exemplo, incluía a obrigação de tomar conta das crianças de toda a comunidade. O problema é que os portugueses eram ignorantes, por assim dizer, do ponto de vista da antropologia. Não estavam acostumados e não compreendiam aquelas normas — e pretendiam impor os seus próprios padrões de conduta, em lugar dos que existiam no país.
Queriam “colocar a casa em ordem”, e logo perceberam que uma forma de fazer isso era instituir o casamento à européia. A partir daí, a Igreja e o Estado passaram a remodelar o papel da mulher naquela sociedade, tentando convencer a população das vantagens do casamento. Mas começaram instituindo proibições de todos os tipos, determinando o que era “certo” e o que era “errado” para uma “mulher direita”. Um recurso bem prático, usado então, eram as altas multas que o Estado cobrava pelos concubinatos, em contraposição ao baixo preço dos casamentos celebrados pela Igreja.

A campanha do “certo” e do “errado”, porém, era mais profunda. Basta ver que no Brasil de 1650 não existiam tabus como o da virgindade obrigatória até o casamento. Quebrado em tempos modernos, esse tabu ainda estava por nascer em 1600, e até o século XVIII era difícil achar alguém que se casasse sem antes ter tido relações sexuais. Mas o motivo era bem diferente do atual. É que, naquela época, ter filhos era muito importante. A mulher precisava provar ao homem que era fértil, engravidando antes do compromisso, uma regra consentida por toda a comunidade — inclusive pela Igreja, desde que tudo terminasse em casamento.

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