Explique porque se torna tão difícil o retorno de uma tripulação de seres humanos voltar de Marte para Terra.
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De todas as palestras da Campus Party Brasil 2015, a última, realizada na tarde do último sábado (7), certamente foi a que apresentou o projeto mais ambicioso da oitava edição do evento paulista. No palco esteve o holandês Bas Lansdorp, criador da Mars One, uma iniciativa que tem como objetivo levar pessoas a Marte e instalar a primeira colônia de seres humanos em outro planeta do sistema solar.
Por mais que o conceito pareça coisa vista apenas em filmes de ficção científica, o projeto é sério e já possui todo um cronograma pela frente. Empresário e mestre em engenharia mecânica pela Universidade de Twente, na Holanda, Lansdorp explicou aos campuseiros que a primeira fase acontecerá em 2018, quando será feita uma missão exploratória em Marte. Em 2020 começa a segunda fase, quando um veículo espacial não-tripulado será enviado ao planeta para estudar suas condições, o ambiente e outros elementos do local, como a composição do solo, clima, presença de água, entre outras coisas.
Dois anos depois, o projeto entrará em um estágio fundamental que irá preparar a chegada dos humanos ao planeta vermelho. Isso porque serão enviados robôs com diversos equipamentos que irão garantir a sobrevivência dos colonizadores, como painéis solares, máquinas para tornar a atmosfera respirável, estufas e uma estrutura que irá permitir o cultivo de alimentos. Só depois que tudo estiver pronto é que os primeiros humanos serão enviados ao planeta, viagem esta agendada para o ano de 2024. A expectativa é que os usuários pisem em Marte apenas no ano seguinte, uma vez que o tempo daqui da Terra até Marte é de aproximadamente 7 meses.
Segundo o criador da Mars One, após a primeira equipe desembarcar, um outro time será enviado ao planeta a cada dois anos - cada equipe sempre será composta por quatro pessoas, sendo dois homens e duas mulheres. O custo total de operação para tocar o projeto está avaliado em US$ 6 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões).
"Desde a criação de Mars One conseguimos contar com o apoio de cientistas, engenheiros, homens e mulheres de negócios do mundo todo. Ver o desenvolvimento do projeto é saber que meu sonho tem se tornado realidade", comentou Lansdorp. De acordo com o executivo, apesar dos valores bilionários que envolvem a iniciativa, os investimentos vão valer a pena e devem ser rapidamente custeados com a transmissão do evento para todas as redes de TV do planeta, além da ajuda de patrocinadores e usuários entusiastas com a ideia de colonizar nosso "vizinho".
"Acredito que o momento em que pisarmos em Marte será um dos mais importantes da humanidade. O homem estará em um novo planeta. Quem não ficaria animado em assistir pela televisão a chegada do homem a Marte?", questionou o empresário. "Os humanos são exploradores. Marte está ao nosso alcance agora. Podemos inspirar crianças a serem astronautas e cientistas em vez de celebridades do universo pop. Ter pessoas vivendo em Marte vai mudar o mundo em vários aspectos".
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