História, perguntado por joaoscopelly, 1 ano atrás

explique por que, no contexto político das Américas, a monarquia brasileira era considerada uma anomalia
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Respondido por patriciacris1
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É quase consensual, na escassa literatura sobre a história da política externa

brasileira, que a instalação da República no Brasil significou a “republicanização” e a

“americanização” (mas não “norte-americanização”) das estratégias de inserção

internacional do país. Por isso, teria predominado, na infância do novo regime, uma

perspectiva idealista das relações exteriores, que redundou numa percepção equivocada de

suposta irmandade e confraternização com os países americanos.

A repercussão positiva da notícia da instalação do regime republicano entre as repúblicas

vizinhas teria reforçado aquela orientação. Como já tinha apontado o Manifesto

Republicano de 1870, a Monarquia brasileira era vista com desconfiança no continente,

onde predominava a opinião de que constituía uma anomalia aquilo que na Europa era tido

como sinal de estabilidade e prestígio. O 15 de novembro pareceu, no curto prazo, debelar

prevenções que os países vizinhos tivessem contra o histórico de intervenções militares do

Império brasileiro, principalmente na bacia do Prata.

Por isso, a República foi saudada na Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai com

manifestações de entusiasmo e simpatia, tendo obtido reconhecimento desses países ainda

em 1889. A exceção parece ter sido a Venezuela: ao receber a notícia da queda da

Monarquia, o presidente Rojas Paul teria lamentado o fim da “única República que existia

na América”. Mas isso não impediu que o país reconhecesse o novo regime ainda em

janeiro de 1890.

Nos Estados Unidos da América, contudo, o reconhecimento formal teve que esperar pouco

mais de três meses pela aprovação do Congresso – embora o presidente Harrison tivesse

ordenado, já no dia 20 de novembro, que seu representante no Rio de Janeiro, Robert

Adams, mantivesse relações com o Governo Provisório. O próprio secretário de Estado do

país, James Blaine, comunicou tal decisão a Salvador de Mendonça, chefe da nova

delegação brasileira na I Conferência Internacional Americana, ocorrida em Washington

entre outubro de 1889 e abril de 1890. Mendonça é considerado o responsável pelo

estreitamento da aproximação entre Brasil e EUA naquele conclave, já que foi o executor

da ruptura que a chanceleria brasileira recomendara em relação às orientações recebidas do

governo imperial pelo seu antecessor, Lafaiete Rodrigues Pereira.

Há indícios de que Mendonça buscou, com sucesso, agilizar a formalização do

reconhecimento da República pelos EUA. Alertado pelo barão de Itajubá, o chefe da

delegação brasileira sabia que os países europeus negavam-se a preceder a maior república

do continente no estabelecimento de relações formais com o Governo Provisório. Na

prática, isto pareceu evidenciar o reconhecimento europeu da Doutrina Monroe e da

emergente influência ianque nas Américas.

Por isso, Mendonça procurou os delegados norte-americanos no conclave (Charles

Flint, Thomas Jefferson Coolidge e Andrew Carnegie), que parecem ter exercido alguma

influência sobre a decisão do secretário de Estado Blaine. Mas o reconhecimento formal da

República pelos EUA ainda tardaria: em 2 dezembro de 1889, mensagem do presidente

Harrison ao Congresso comunicava a decisão de 20 de novembro; à iniciativa do Executivo

seguiu-se a polêmica no Legislativo, que arrastou até 29 de janeiro de 1890 a recepção

solene dos representantes brasileiros, Amaral Valente e Salvador de Mendonça, pelo

“grande irmão do Norte”. É digno de nota que pesou favoravelmente ao Brasil a

argumentação de alguns senadores norte-americanos que alertaram para a ameaça de

intervenção européia em favor da Monarquia a pretexto de defender interesses econômicos,

invocando a urgência de reconhecer a República brasileira como forma de salvaguardá-la, e

à América, debaixo da proteção da Doutrina Monroe.

(Não tenho certeza, mas espero ter ajudado.)

Respondido por srdog420
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Resposta:

Qual o nome do livro?

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