Artes, perguntado por sala01, 7 meses atrás

Explique por que Courbet desafiava as convenções da epoca.

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Respondido por larissaktavares
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Resposta:

O mundo artístico brasileiro esteve, durante grande parte do século XIX, pautado pela referência à Academia Imperial de Belas Artes e ao sistema de valores artísticos por ela propagados.1 Por muito tempo, a pintura histórica foi concebida como o mais importante gênero, impondo-se sobre aquelas faturas menores, como o retrato, a natureza-morta, a paisagem etc. Entre os artistas nacionais que se dedicaram ao gênero não há sequer um nome feminino até 1922, ano emblemático, ao menos segundo uma historiografia da arte modernista, da "crise" do academismo.2 Somente então, num período de contestação direta da legitimidade da Academia como instituição propagadora de valores para o campo das artes, é que uma mulher se realiza no gênero. Refiro-me à tela Sessão do Conselho de Estado (1922) (1) realizada por Georgina de Albuquerque.

A primeira observação dessa obra é surpreendente, pois ela contraria claramente determinadas expectativas que orientam a visão comum a respeito do que deve ser uma pintura histórica, sobre atributos específicos da autoria e sobre os motivos que melhor figuram um momento grandioso da história nacional. Georgina solucionou de forma singular a questão do tema, relativo à comemoração do centenário da Independência. Em vez de abordar um evento histórico triunfal, como uma cena de batalha, tal como o repertório acerca da pintura histórica nacional poderia lhe sugerir, apresentou um episódio diplomático dentro de um gabinete oficial. Ainda mais destoante é a figura heróica aí representada: uma mulher! Após uma leitura breve da legenda explicativa sabe-se, afinal, quem é a personagem central retratada, a Princesa Leopoldina, em meio a reunião de Conselho de Estado presidida por José Bonifácio, na qual se discutiu a necessidade de o Brasil tornar-se independente de Portugal, momento esse que teria antecedido o brado do Ipiranga.3

A ruptura com as expectativas ocorre porque, segundo E. Gombrich,4 o espectador, quando está diante de um quadro, opera com a sua capacidade de reconhecimento, isto é, mobiliza tanto seu conhecimento acerca dos objetos representados, quanto da maneira de representá-los e, para tanto, retira de sua memória toda uma tradição de telas anteriores àquela que se lhes apresenta, com as quais efetiva um diálogo, compondo uma tradição. Conforme o autor, nós espectadores

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