explique os Motivos historicos para a formaçao da Guarda Nacional
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Após a abdicação de D. Pedro I, o governo imperial foi assumido pela chamada “Regência Trina Permanente”. Uma das primeiras medidas, pois, do novo governo, foi a criação da Guarda Nacional, no dia 18 de Agosto de 1831.
A Guarda Nacional foi criada com base na experiência da França, que havia transferido a segurança do país para os próprios cidadãos, que teriam a função de auxiliar as forças policiais e o Exército a manter a ordem no país. Aqui no Brasil, no entanto, no início do período regencial, o Exército era mal visto por aqueles que consideravam as tropas oficiais uma ameça à ordem política e por aqueles que viam no Exército um instrumento de dominação do poder central, que agora estava nas mãos dos príncipes regentes.
O país vivia um momento de intensa luta política e social, pois enquanto os membros do Partido Restaurador defendiam o retorno de D. Pedro I, as forças liberais apoiavam a Regência Trina e viam no Exército um pilar de sustentação do despotismo de D. Pedro I. Sendo assim, era preciso garantir o fortalecimento do poder central, conciliar os interesses do governo imperial com os dos mandatários locais. Foi neste contexto que a Guarda Nacional foi criada.
Todo brasileiro com renda mínima para ser eleitor era obrigado a se alistar para a Guarda Nacional, com a condição de que fossem homens sadios, na faixa etária de 18 a 60 anos. Os únicos que não estavam incluídos nesta lista eram os membros das autoridades administrativas, judiciárias, policiais, militares e religiosas.
As tropas não eram remuneradas, no entanto tinham as obrigações de: prestar serviço até os 60 anos; providenciar seu uniforme; fazer a manutenção das armas e equipamentos que utilizavam e pagar contribuições em dinheiro.
Durante o período regencial, a Guarda Nacional teve importância na articulação do poder central e local nos meses seguintes à abdicação de D. Pedro I, contribuiu para o fortalecimento da Regência e beneficiou os mandatários locais, já que sua organização era feita por critério de renda, dando a eles poderes e privilégios. Nos anos de 1860 o número de praças era mais de 500 mil.
No final do Século 19, no entanto, a Guarda Nacional foi perdendo o espaço e a importância que tivera. Com a Proclamação da República a chamada “milícia cidadã” perdou ainda mais credibilidade, passando para segundo plano, já que o Exército havia ganhado status.
Em 1892 foi transferida para o Ministério da Justiça e Negócios Exteriores, em 1918 passou a ser subordinada ao Ministério da Guerra, quando foi, de certo modo, absorvida pelo Exército, e apareceu pela última vez no desfile da Independência, no ano de 1922, mesmo ano em que acabou por ser extinta.