Português, perguntado por saraholiveiranunes33, 9 meses atrás

explique os critérios que você empregou para decidir pelo uso ou não do sinal que indica crase nas duas reescrita?

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Respondido por daniel1234ff1
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Resposta:

A crase caracteriza-se como a fusão de duas vogais idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com o artigo feminino a (s), com o “a” inicial referente aos pronomes demonstrativos – aquela (s), aquele (s), aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Casos estes em que tal fusão se encontra demarcada pelo acento grave (`): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às quais.

Trata-se de uma particularidade gramatical de relevante importância, dado o seu uso de modo frequente. Diante disso, compreendermos os aspectos que lhe são peculiares, bem como sua correta utilização é, sobretudo, sinal de competência linguística, em se tratando dos preceitos conferidos pelo padrão formal que norteia a linguagem escrita.

Há que se mencionar que esta competência linguística, a qual se restringe a crase, está condicionada aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e nomimal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. Ou seja, o termo regente é o verbo ou nome que exige complemento regido pela preposição “a”, e o temo regido é aquele que completa o sentido do termo regente, admitindo a anteposição do artigo a(s). Como explicitamente nos revela os exemplos a seguir:

Refiro-me a(a) funcionária antiga, e não a(a)quela contratada recentemente.

Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada recentemente.

Notamos que o verbo referir, analisado de acordo com sua transitividade, classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos a alguém. Constatamos que o fenômeno se aplicou mediante os casos anteriormente mencionados, ou seja, fusão da preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela).

A fim de ampliarmos nossos conhecimentos sobre as circunstâncias em que se requer ou não o uso da crase, analisaremos:

# O termo regente deve prescindir-se de complemento regido da preposição “a”, e o temo regido deve admitir o artigo feminino “a” (s):

Exemplos:

As informações foram solicitadas à diretora.

(preposição + artigo)

Nestas férias, faremos uma visita à Bahia.

(preposição + artigo)

Observação importante:

Alguns recursos nos servem de subsídios para que possamos confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns deles:

a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina equivalente. Caso ocorra a combinação a+o(s), a crase está confirmada.

Exemplos:

As informações foram solicitadas à diretora.

As informações foram solicitadas ao diretor.

b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.

Exemplos:

Faremos uma visita à Bahia.

Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)

Não me esqueço da viagem a Roma.

Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos jamais vividos.

Atenção:

Nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um adjunto adnominal, a crase está confirmada.

Exemplos:

Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas praias.

# A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o temo regente exigir complemento regido da preposição “a”.

Exemplos:

Entregamos a encomenda àquela menina.

(preposição + pronome demonstrativo)

Iremos àquela reunião.

(preposição + pronome demonstrativo)

Sua história é semelhante às que eu ouvia quando criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)

(preposição + pronome demonstrativo)

# A letra “a” que acompanha locuções femininas (adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:

Exemplos:

* locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pressas, à vontade...

* locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura de...

* Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.

Casos passíveis de nota:

* Em virtude da heterogênea posição entre autores, o uso da crase torna-se optativo quando se referir a locuções adverbiais que representem meio ou instrumento.

Exemplos:

O marginal foi morto a bala pelos policiais. (Poderíamos dizer que ele foi morto a tiro)

Marcela redige todos os seus trabalhos a máquina. (Poderia ser a lápis)

* Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas, mesmo diante de nomes masculinos.

Exemplos:

Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)

* Não se efetiva o uso da crase diante da locução adverbial “a distância”.

Na praia de Copacabana, observamos a queima de fogos a distância.

Entretanto, se o referido termo se constituir de forma determinada, teremos uma locução prepositiva. Mediante tal ocorrência, a crase está confirmada.

Exemplo:

O pedestre foi arremessado à distância de cem metros.

- De modo a evitar o duplo sentido, faz-se necessário o emprego da crase.

Exemplo:

Ensino à distância.

Ensino a distância.

# Em locuções adverbiais formadas por palavras repetidas, não há ocorrência da crase.

Exemplo:

Ela ficou frente a frente com o agressor.

Explicação:


silvajacky27: ok
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