Explique o processo histórico da escravidão ???
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Explicação:
Escravidão Indígena
Com efetivo início da colonização do Brasil, os portugueses tinham a necessidade de empreender um modelo de exploração econômica das terras que fosse capaz de gerar lucro em pouco tempo. Para tanto, precisariam de uma ampla mão-de-obra capaz de produzir riquezas em grande quantidade e, dessa forma, garantir margens de lucro cada vez maiores para os cofres da Coroa Portuguesa. Contudo, quem poderia dispor de sua força de trabalho para tão ambicioso projeto?
Inicialmente, os portugueses pensaram em aproveitar do contato já estabelecido com os índios na atividade de extração do pau-brasil. Nesse período, os índios realizavam essa extração por meio de um trabalho esporádico recompensado pelos produtos trazidos pelos lusitanos na prática do escambo. Em contrapartida, o trabalho nas grandes propriedades exigia uma rotina de trabalho longa e disciplinada que ia contra os hábitos cotidianos de boa parte dos indígenas.
Além disso, as mortes causadas pelo trabalho forçado, as mortais epidemias contraídas no contato com o homem branco e ruptura com a economia de subsistência dos indígenas impedia a viabilidade desse tipo de escravidão. Ao mesmo tempo, devemos levar em conta que o controle sobre os índios escravizados era bem mais difícil tendo em vista o conhecimento que tinham do território. Dessa forma, a vigilância se tornava algo bastante complicado.
Como se não bastasse esses fatores de ordem cultural, biológica e social, a escravidão indígena também foi extensamente combatida pela Igreja no ambiente colonial. Representados pela Ordem Jesuíta, os clérigos que aportavam em terras brasileiras se envolveram em uma série de disputas em que repudiavam o interesse dos colonos em converter os índios em escravos. Tal postura se justificava no interesse que os clérigos católicos tinham em facilitar o processo de conversão religiosa dos índios.
Apesar de sua influência e autoridade, muitos padres foram explicitamente afrontados pela ganância de colonos que saiam pelo território em busca de índios. Na maioria das vezes, a escravidão indígena servia como alternativa à falta e o alto custo de uma peça trazida da África. Preferencialmente, os colonos atacavam as populações indígenas ligadas às missões jesuíticas, pois estes já se mostravam habituados à rotina e aos valores da cultura ocidental.
Mediante a forte pressão dos religiosos, Portugal proibiu a captura de índios por meio de uma Carta Régia emitida no ano de 1570. Segundo esse documento, os índios só poderiam ser presos e escravizados em situação de guerra justa. Ou seja, somente os índios que se voltassem contra os colonizadores estariam sujeitos à condição de escravos. Por meio dessa medida, os colonizadores conseguiram manter a escravidão indígena durante todo o período colonial.
A escravidão indígena foi oficialmente extinta no século XVIII, momento em que o marquês de Pombal estabeleceu um conjunto de transformações na administração colonial. Primeiramente, ordenou a expulsão dos jesuítas do Brasil mediante a ampla influência política e econômica que tinha dentro da colônia. Logo depois, em 1757, proibiu a escravidão indígena e transformou algumas aldeias em vilas submetidas ao poderio da Coroa.
Explicação:
A história da escravidão ou história da escravatura abrange muitas culturas, nacionalidades e religiões desde os tempos antigos até os dias atuais. No entanto, as posições sociais, econômicas e legais dos escravos diferiram bastante em diferentes sistemas de escravidão em diferentes épocas e lugares.
A escravidão ocorreu relativamente de forma rara entre as populações de caçadores-coletores porque ela se desenvolve sob condições de estratificação social. A escravidão se operava nas primeiras civilizações (como a Suméria, na Mesopotâmia, que remonta a 3500 a.C.). Ela aparece presente no Código de Hamurabi da Mesopotâmia (c. 1860 AEC), que se refere a ela como uma instituição estabelecida. A escravidão tornou-se comum em grande parte da Europa durante o início da Idade Média e continuou nos séculos seguintes. As guerras bizantino-otomanas (1265-1479) e as guerras otomanas na Europa (séculos XIV a XX) resultaram na captura de um grande número de escravos cristãos. Os holandeses, franceses, espanhóis, portugueses, britânicos, árabes e vários reinos da África Ocidental desempenharam um papel proeminente no comércio de escravos no Atlântico, principalmente após 1600. A República de Ragusa tornou-se o primeiro país europeu a proibir o tráfico de escravos em 1416. Na era moderna, a Dinamarca-Noruega aboliu o comércio em 1802
Embora a escravidão não seja mais legal em qualquer lugar do mundo (com exceção do trabalho penal), o tráfico de seres humanos continua sendo um problema internacional e, conforme dados de 2013, cerca de 25 a 40 milhões de pessoas foram escravizadas, a maioria na Ásia. Durante a Segunda Guerra Civil do Sudão de 1983-2005, pessoas foram levadas à escravidão. No final dos anos 90, surgiram evidências de escravidão e tráfico infantil sistemático em plantações de cacau na África Ocidental. A escravidão continua no século XXI. Embora a Mauritânia tenha criminalizado a escravidão em agosto de 2007, estima-se que até 600 mil homens, mulheres e crianças, ou 20% da população da Mauritânia, estejam atualmente escravizados, muitos deles usados como trabalho por dívida. A escravidão no século XXI continua, mesmo em países como os Estados Unidos e o Reino Unido, com a Índia sendo a número um com uma estimativa de 8 milhões de escravos, seguida pela China e pela Rússia. Quase-estados islâmicos, como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante e Boko Haram, sequestraram e escravizaram mulheres e crianças (muitas vezes para servir como escravas sexuais). Há mais escravos atualmente do que em qualquer outra época histórica, numa estimativa de cerca de 40 milhões, ou 1 a cada 200 pessoas, segundo a Organização Internacional do Trabalho e a Fundação Walk Free.