História, perguntado por bodenmuller100, 11 meses atrás

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Respondido por naamasoares41
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Resposta:

Movimento Negro no Brasil

No Brasil, o Movimento Negro corresponde a vários fenômenos e ações executados por pessoas que lutam contra o racismo e pelos direitos para os cidadãos negros. Vários movimentos na história do Brasil possuem destaque relevante.

Entretanto, até a abolição da escravatura, que se deu apenas no ano de 1888, todo e qualquer movimento pela população negra era considerado clandestino, além de possuir caráter específico, sempre em busca da libertação de negros escravizados.

A principal maneira de expressão dos movimentos negros rebeldes antes da abolição foi a quilombagem, que corresponde à rebeldia permanente organizada e dirigida pelos próprios escravos fugidos, presente em todo o período de escravismo no Brasil.

Quilombos eram centros que recebiam os escravos fugidos, mas que também englobavam várias outras formas de protesto, como as insurreições e o bandoleirismo, o qual correspondia a grupos de guerrilha de escravos fugidos contra povoados e viajantes.

Com exceção do Quilombo dos Palmares, que teve como último líder o icônico Zumbi dos Palmares e durou mais de um século, a maioria desses centros de resistência era fortemente combatida e dizimada pelo aparelho opressor do governo, que buscava apenas a violência como forma de resolução.

Se na Inconfidência Mineira os negros estiveram praticamente ausentes do movimento, a Conjuração Baiana de 1798 tinha como principal objetivo a proposta de libertação de todos os escravos, contando com negros na liderança do próprio movimento.

Muitos negros de destaque participaram de diversos movimentos populares, entre eles a Revolta da Chibata de 1910, encabeçada pelo marinheiro negro João Cândido. Sua principal conquista foi a revogação da pena de açoite aos marinheiros (em sua maioria negros) da Marinha de Guerra do Brasil. Apesar da vitória da Revolta e da promessa de anistia, o movimento foi praticamente dizimado pouco tempo depois, sendo que o próprio líder João Cândido foi deixado à miséria.

A Revolta da Chibata foi o último movimento organizado e armado da rebelião negra no Brasil. A partir de então, vários centros de mobilização em São Paulo e no Rio de Janeiro buscaram trilhar novos caminhos, com o objetivo de luta pela cidadania recém-conseguida após a abolição.

Em 1915, por exemplo, surge o primeiro jornal da imprensa negra paulista, O Menelick, que foi seguido por várias outras publicações de mesmo teor. Graças a esse estopim, os anos de 1930 trouxeram a Frente Negra Brasileira (FNB), que se organizou até chegar à fundação de um partido político, infelizmente dissolvido com o Estado Novo de Getúlio Vargas.

Os anos de Ditadura Militar inviabilizaram qualquer tipo de organização e manifestação de cunho racial. Os militares propagandeavam a “democracia racial” como parte de sua agenda de publicidade, marginalizando qualquer tipo de manifestação.

Apenas nos anos 1970 o movimento ressurgiu, principalmente com a origem do Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNU), em 7 de julho de 1978, que resultou na criação de alguns órgãos como o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, além da criminalização da discriminação racial na Constituição de 1988. Além disso, a Lei Caó, de 1989, tipificou o racismo como crime.

Conquistas e lutas do Movimento Negro

A luta do Movimento Negro resultou, a duras penas, em várias conquistas para a população negra ao redor do mundo. Na África do Sul, por exemplo, o ativismo negro liderado pelo Nobel da Paz Nelson Mandela resultou, após décadas de luta e prisão de seu líder, no fim do Apartheid institucionalizado no país.

Não apenas na África do Sul, mas em todo mundo a população negra sofreu e ainda sofre com cenários de segregação, racismo estrutural e explícito, além da falta de oportunidades e igualdade de condições entre os cidadãos.

No Brasil, apesar de algumas conquistas, essa igualdade caminha a passos de tartaruga, principalmente quando são analisadas algumas estatísticas que comprovam uma realidade social ainda muito discriminatória. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística):

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