Filosofia, perguntado por jricardomartins4, 7 meses atrás

Explique o motivo pelo qual o príncipe tem que se desfazer do seu braço direito, segundo Nicolau Maquiavel.​

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Respondido por rosaniaalves374
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Ao Magnífico Lourenço, Filho de Pedro de Médici

Freqüentemente, é costume dos que desejam para si as boas graças de um Príncipe, dar-lhe as coisas que lhe são mais caras, ou com as quais o vêem agradar-se; deste modo, inúmeras vezes, eles são mimoseados com cavalos, armas, tecidos bordados a ouro, pedras valiosas e demais ornamentos dignos de sua grandeza, Querendo eu ofertar a Vossa Magnificência uma prova qualquer de minha obrigação, não encontrei, entre as minhas posses, nada que mais prezado me seja ou que tanto estremeça, quanto o conhecimento das ações dos grandes homens adquiridos por uma longa experiência das coisas atuais, e uma repetida lição das antigas; as, quais, tendo eu, com muito afinco, detidamente estudado, examinado-as, remeto agora a Vossa Magnificência, reduzidas a pequeno volume, E não obstante considere esta obra indigna da Presença de Vossa Magnificência, não menos confio em que, por humanidade desta, deva vir a ser aceita, visto que não lhe posso fazer regalo maior do que lhe propiciar a faculdade de adquirir em tempo mui breve o aprendizado de tudo quanto, em tão dilatados anos e à custa de tantos atropelos e perigos, hei conhecido, Não enfeitei esta obra e não a enchi de períodos sonoros nem de palavras empoladas e floreios ou de nenhuma espécie de lisonja ou ornamento externo com que usam muitos descrever ou enfeitar as próprias obras; pois não desejei que nenhum outro fosse seu ornato e a torne agradável a não ser a variedade da matéria e a gravidade do assunto, Menos desejo que por presunção se tenha o fato de um homem de baixa e ínfima condição discorrer e regular a respeito do governo dos príncipes; visto como, aqueles que desenham os contornos dos países postam-se na planície para apreender a natureza dos montes, e para apreender a das planícies sobem aos montes, do mesmo modo que para bem aquilatar a natureza dos povos é preciso ser príncipe e para aquilatar a dos príncipes é preciso ser povo, Receba, portanto, Vossa Magnificência este pequeno presente na tenção em que o mando, Se for esta obra considerada e lida cuidadosamente, conhecerá Vossa Magnificência o meu sincero desejo que atinja aquela grandeza que a Fortuna e demais qualidades lhe asseguram, E se Vossa Magnificência, do píncaro de sua altura, voltar alguma vez os olhos para baixo, conhecerá quão sem motivo aturo uma enorme e continuada má fortuna.

O PRÍNCIPE CAPÍTULO I

DE QUANTAS ESPÉCIES SÃO OS PRINCIPADOS, E QUANTAS SÃO AS MANEIRAS EM QUE SE ADQUIREM

Todos os Estados, os domínios todos que existiram e existem sobre os homens, foram e são repúblicas ou principados, Os principados ou são hereditáriose seu senhor é príncipe pelo sangue.de longa data ou são novos, São os novos inteiramente novos, tal como Milão com Francesco Sforza ou tais membros juntados a um Estado que recebe por herança um príncipe, talo reino de Nápoles ao rei da Espanha, Tais domínios assim recebidos são seja habituado a sujeição a um príncipe, seja livre, e são adquiridos com tropas alheias ou próprias, graças à fortuna ou à virtú.

CAPÍTULO II

DOS PRINCIPADOS HEREDITÁRIO

Não cuidarei das repúblicas, porque falei delas em outros sítios[1], Farei referência apenas aos principados e tentarei discutir e mostrar como tais principados hereditários podem ser governados e conservados, Digo, pois, que nesta qualidade de Estados ligados à família de seu príncipe, menores se apresentam os óbices de os conservar, porque é suficiente que se não abandone o proceder dos antecessores, e também se use de contemporização com as situações novas, de jeito que, se o príncipe é de inteligência comum sempre se conservará no seu Estado, se não sobrevier força extraordinária e excessiva que o prive dele; e, ainda que tal sobrevenha, pode retomá-lo, por pior que seja o ocupante.

Na Itália, por exemplo, temos o duque de Ferrara, que opôs resistência ao ataque dos Venezianos em 1484, e aos do Papa Júlio em 1510, apenas porque antigo era o domínio de sua família, Pois o príncipe natural do país tem poucas oportunidades e pouquíssima necessidade de ofender, É pois evidente que se torne mais querido, Se deslizes fora do comum não o tornam odiado, é razoável se faça normalmente benquisto de seu povo, E na antiguidade e prosseguimento do domínio perdem-se a memória e os motivos das inovações, porque uma mudança poderá vir sempre seguida da edificação de outra.


jricardomartins4: manda-se logo o capítulo todo
rosaniaalves374: tentei ajudar né
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