Explique o motivo pelo qual, após a instituição da República, a abolição da escravidão não foi contemplada entre as medidas tomadas pelo governo revolucionário.
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Brasil conquistou sua independência, e o reconhecimento do Brasil, enquanto nação, só aconteceu por meio de um compromisso assumido por nosso país de que o tráfico ultramarino seria proibido, em 1830.
A partir desse compromisso, saiu uma lei, em 1831, que proibia o tráfico, mas as autoridades brasileiras faziam vistas grossas e, apesar da proibição, os cativos africanos continuaram a chegar ao Brasil em grande quantidade. O historiador Carlos Eduardo Moreira Araújo aponta que, entre 1831 e 1845, cerca de 470 mil africanos chegaram ao Brasil por meio do tráfico ultramarino|1|.
A negligência das autoridades brasileiras em não reprimir o tráfico negreiro fez a Inglaterra tomar uma medida radical chamada Bill Aberdeen, que colocava em jogo a soberania das águas brasileiras, e que quase levou Inglaterra e Brasil à guerra. Para evitar um maior desastre, os políticos brasileiros optaram por aprovar uma nova lei proibindo (novamente) o tráfico negreiro no Brasil. Essa foi a Lei Eusébio de Queirós, implantada no país, no ano de 1850.
Essa lei teve aplicabilidade imediata e foi acompanhada de uma grande repressão governamental que fez com que o tráfico negreiro se enfraquecesse e deixasse de existir rapidamente. Com a proibição do tráfico ultramarino, foi intensificado, no Brasil, o tráfico interprovincial, isto é, a venda de escravos realizada internamente, entre províncias.
O caminho para a abolição ainda foi muito longo e foram necessários 38 anos para que a escravidão dos negros fosse abolida em nosso país. Nesse período, a resistência dos grandes proprietários escravocratas foi intensa no meio político, o que fez com que o nosso processo de abolição da escravatura acontecesse de maneira muito gradual.