Explique mudanças “de cima e mudanças “de baixo” (sobre os movimentos sociais)
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Resposta:
Explicação:
Mudança social, já se disse muitas vezes, é tema que se inscreve no "coração" da Sociologia (STOMPKA, 1998). Desde o seu surgimento no século XIX, quando sua motivação fundamental era compreender a transição da sociedade "tradicional" para a "moderna", até o presente, marcado pela reestruturação das relações e processos sociais pela chamada "globalização", um dos desafios cruciais da disciplina, afinal, é explicar como as sociedades mudam ou não. É certo que cada geração tende a acentuar o caráter radical da sua era de mudança e, do mesmo modo, parecem inexistir condições cognitivas suficientes para que se possa falar em consenso sobre o "sentido" da mudança social, mesmo entre sociólogos de uma mesma geração.
Por outro lado, como o conhecimento sociológico sempre afeta as práticas sociais que interpreta, também as diferentes teses sobre a mudança acabam por se tornar recursos cruciais para sua introdução e, desse modo, partícipes, ao lado ou contra outras forças sociais, da definição dos rumos da sociedade. Nesse sentido, o próprio caráter cronicamente não consensual das teorias da mudança social, como da produção sociológica em geral, concorreu para que, em meados do século XX, a sociologia se tenha consagrado como uma forma válida (e privilegiada) de autoconsciência "científica" da sociedade moderna. Sendo plausível falar de uma pulverização de certezas quanto à mudança social no mundo contemporâneo, alimentada em parte por algumas interpretações atualmente hegemônicas de certas correntes dominantes do século XX, não deixaria de ser ingênuo, de todo modo, supor que o tema e mesmo suas formulações passadas, tenham perdido importância. Até porque, se interessa compreender as teorias contemporâneas da mudança social, é imprescindível conhecer as visões anteriores às quais elas pretendem se contrapor.