Explique como os egípcios representavam suas divindade?
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Entre as diversas divindades cultuadas no Egito Antigo, concebidas na forma animal ou humana, havia um deus em especial que não tinha a propriedade ou a representação declarada como a de outros deuses, apesar de suas estátuas e baixos-relevos o representarem na forma humana. Este era Amon, deus muito antigo, tão mais quanto Rá, a divindade que havia criado o mundo. Assim, sua existência antecede a criação como foi concebida pelos egípcios. Ele fazia parte da Ogdoada, ou seja, um conjunto de deuses misturados e imersos em um oceano caótico. A Ogdoada era formada pelos seguintes seres divinos: Num e Naunet, Ket e Keket, Amon e Amonet e Hehu e Hehet. Respectivamente, tratam-se das propriedades do Oceano caótico ou líquido inerte, do Escuro, do Invisível ou Oculto e do Espaço Infinito. A Ogdoada pode ser remontada a partir do mito da cidade de Hermópolis e depois, completada, para a nossa compreensão, pelo mito de outra cidade, Heliópolis.
O mito da cidade de Heliópolis conta que Atum surgira a partir de um monte criado do Num, o Oceano caótico, e então deu início à criação de outras divindades que hoje conhecemos como Shu e Tefnut, Geb e Nut, Osíris e Isis e, por último, Seth e Néftis. As quatro primeiras figuras são as representações do Ar, da Umidade, da Terra e do Céu. Os últimos são os deuses que davam a legitimidade para a família faraônica conforme nos conta a passagem “As contendas de Hórus e Seth” – Hórus sendo filho de Osíris e Isis, e Seth sendo o deus invejoso.A questão levantada remonta ao episódio anterior à criação, Amon era a propriedade Invisível ou Oculta.
Até o final do Primeiro Período Intermediário este deus não era tão conhecido, sendo apenas uma divindade local, de um vilarejo distante da capital Mênfis, quase 650 Km ao sul, em Waset (Tebas), a atual Luxor. Amon tinha vantagens sobre outros deuses, enquanto a maioria poderia apenas ser adorada dentro do próprio Egito, Amon, sendo invisível, podia acompanhar o exército e o faraó para fora do país, era uma divindade imperial. Mas por que o culto cresceu? O motivo pode ter sido político, uma vez que Mênfis já não representava no período a força dos governantes, Tebas tomou a frente da situação para reunificar. Durante o Reino Médio Amon dividia poder, fama e dinheiro com outros dois deuses, Sobek e Montu. Mas, quando veio a invasão de um povo chamado HeqaKhasut, ou os Hicsos, apenas Amon conseguiu manter o culto de forma crescente em detrimento das outras duas divindades.
No final do Segundo Período Intermediário, os egípcios, a partir novamente de Tebas e de seu deus patrono, Amon, iniciariam uma política de expansão ou de retomada de territórios, começada ainda na época do faraó Seqenenre Tao II, da XVII Dinastia. Uma batalha que se estenderia pelos reinados de Kamosé e do primeiro rei da XVIII Dinastia, Amósis I. A partir de então, os faraós priorizaram o culto a Amon, mesmo assim, Rá não poderia ser esquecido. Na religiosidade egípcia, Rá era o deus que a tudo criara, ele era o Sol, chamado de Khepri pela manhã, Rá ao meio dia e Atum ao entardecer. A majestade de Rá seria unida com o invisível e imperial de Amon, surgiria uma nova divindade, o rei dos deuses, Amon-Rá. Possuía um clero extremamente forte e rico, inclusive a rainha fazia os cultos à divindade como “Esposa do deus”, deveria acordá-lo todas as manhãs para realizar oferendas e assim, sempre recriar o mundo. Inclusive a rainha Hatshepsut se utilizou de maquinações políticas sobre Amon-Rá para tornar-se faraó, criando uma mitologia na qual dizia que o deus havia se disfarçado como seu pai, o rei Tutmés I, e assim se encontrado com sua mãe, Amósis, em seu leito. Essa história foi colocada nos relevos do templo de Deirel-Bahari, além de outras obras que a legitimavam no poder, chamando o deus de “seu pai”, como nos obeliscos de Karnak. Mais tarde, o faraó Tutmés III, aproveitando-se de um oráculo, dizia que Amon o havia escolhido pessoalmente, colocando sua estátua à sua frente quando era apenas um menino. Este faraó conseguiu conquistar a maior extensão territorial do Egito, da Quinta Catarata do Nilo, na Núbia, até a borda do rio Eufrates, no Iraque.
Assim, Amon-Rá era ao mesmo tempo a majestade de Rá atrelado ao poder invisível de Amon o que o tornou uma das divindades egípcias mais conhecidas até os dias de hoje.
O mito da cidade de Heliópolis conta que Atum surgira a partir de um monte criado do Num, o Oceano caótico, e então deu início à criação de outras divindades que hoje conhecemos como Shu e Tefnut, Geb e Nut, Osíris e Isis e, por último, Seth e Néftis. As quatro primeiras figuras são as representações do Ar, da Umidade, da Terra e do Céu. Os últimos são os deuses que davam a legitimidade para a família faraônica conforme nos conta a passagem “As contendas de Hórus e Seth” – Hórus sendo filho de Osíris e Isis, e Seth sendo o deus invejoso.A questão levantada remonta ao episódio anterior à criação, Amon era a propriedade Invisível ou Oculta.
Até o final do Primeiro Período Intermediário este deus não era tão conhecido, sendo apenas uma divindade local, de um vilarejo distante da capital Mênfis, quase 650 Km ao sul, em Waset (Tebas), a atual Luxor. Amon tinha vantagens sobre outros deuses, enquanto a maioria poderia apenas ser adorada dentro do próprio Egito, Amon, sendo invisível, podia acompanhar o exército e o faraó para fora do país, era uma divindade imperial. Mas por que o culto cresceu? O motivo pode ter sido político, uma vez que Mênfis já não representava no período a força dos governantes, Tebas tomou a frente da situação para reunificar. Durante o Reino Médio Amon dividia poder, fama e dinheiro com outros dois deuses, Sobek e Montu. Mas, quando veio a invasão de um povo chamado HeqaKhasut, ou os Hicsos, apenas Amon conseguiu manter o culto de forma crescente em detrimento das outras duas divindades.
No final do Segundo Período Intermediário, os egípcios, a partir novamente de Tebas e de seu deus patrono, Amon, iniciariam uma política de expansão ou de retomada de territórios, começada ainda na época do faraó Seqenenre Tao II, da XVII Dinastia. Uma batalha que se estenderia pelos reinados de Kamosé e do primeiro rei da XVIII Dinastia, Amósis I. A partir de então, os faraós priorizaram o culto a Amon, mesmo assim, Rá não poderia ser esquecido. Na religiosidade egípcia, Rá era o deus que a tudo criara, ele era o Sol, chamado de Khepri pela manhã, Rá ao meio dia e Atum ao entardecer. A majestade de Rá seria unida com o invisível e imperial de Amon, surgiria uma nova divindade, o rei dos deuses, Amon-Rá. Possuía um clero extremamente forte e rico, inclusive a rainha fazia os cultos à divindade como “Esposa do deus”, deveria acordá-lo todas as manhãs para realizar oferendas e assim, sempre recriar o mundo. Inclusive a rainha Hatshepsut se utilizou de maquinações políticas sobre Amon-Rá para tornar-se faraó, criando uma mitologia na qual dizia que o deus havia se disfarçado como seu pai, o rei Tutmés I, e assim se encontrado com sua mãe, Amósis, em seu leito. Essa história foi colocada nos relevos do templo de Deirel-Bahari, além de outras obras que a legitimavam no poder, chamando o deus de “seu pai”, como nos obeliscos de Karnak. Mais tarde, o faraó Tutmés III, aproveitando-se de um oráculo, dizia que Amon o havia escolhido pessoalmente, colocando sua estátua à sua frente quando era apenas um menino. Este faraó conseguiu conquistar a maior extensão territorial do Egito, da Quinta Catarata do Nilo, na Núbia, até a borda do rio Eufrates, no Iraque.
Assim, Amon-Rá era ao mesmo tempo a majestade de Rá atrelado ao poder invisível de Amon o que o tornou uma das divindades egípcias mais conhecidas até os dias de hoje.
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