Geografia, perguntado por nosemaffia, 11 meses atrás

Explique como a geografia entende a crescente taxa de desemprego no brasil e quais as possibilidades de reversão desse numero

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Respondido por psytijn
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Resposta:

té 2012, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizava uma Pesquisa Mensal de Emprego (PME) com definições bem simples sobre o assunto. Sob orientação da OIT, o instituto reformulou o mapeamento do mercado de trabalho e iniciou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), chamada de PNAD Contínua, por ser realizada mensalmente e divulgada com dados do último trimestre da análise. Na prática, é dessa maneira que se identifica o aquecimento ou esfriamento dos números de carteira assinada, trabalho informal e demais resultados de políticas públicas anunciadas.

Nos primeiros meses do ano, é comum perceber um leve aumento no número de desempregados, devido ao fim do contrato de trabalhos curtos de férias de verão ou temporários como no Natal e no Ano Novo. Ainda assim, em relação ao cenário de pleno emprego em 2014 com apenas 6,5% de taxa de desocupação, os registros de 2017 apontam mais do que o dobro (13,7%) e o começo da estabilização no meio do ano.

Explicação:

Em 2014, a economia travou, provocando a queda de -3,8% do PIB em 2015 e estimativa equivalente em 2016. Trata-se de uma das maiores retrações da atividade econômica da história do país. Em 2015, houve redução de

-14,1% no investimento (o que diminuiu ainda mais o estoque de capital) e de -4 % no consumo das famílias, enfraquecendo o mercado interno. A indústria caiu -6,2% e a participação da indústria de transformação no PIB representa somente 11,4% (1/3 do que já representou). Os empregos e os salários sentiram essa queda e o desemprego reapareceu rapidamente.

Em 2015, o desemprego aberto cresceu 2,4 p.p., passando de 6,5% (2014) para 8,9% (2015), o que significou aumento de 39% do contingente de desempregados (Pnadc-IBGE). A taxa de desemprego DIEESE/Seade, que inclui o desemprego aberto, o desemprego oculto pelo trabalho precário e o desemprego pelo desalento, saltou, no mesmo ano,em São Paulo,de 10,8% para 13,2%; em Salvador, de 17,4% para 18,7%; em Fortaleza de 7,6% para 8,6% e; em Porto Alegre, de 5,9% para 8,7%.

Desde 2014, a indústria de transformação e a construção civil desempregam. Em 2015, os setores de serviços e comércio sentiram o impacto e pararam de contratar ou começaram a demitir. Redução do número de pessoas com carteira de trabalho assinada, aumento do assalariamento sem carteira e do trabalho autônomo ou por conta própria, sem contribuição previdenciária, são efeitos imediatos, o que faz ganhar força o movimento de precarização.

Os salários caíram -3,7%, segundo o IBGE. Desemprego em alta e salário em queda reduziram a massa salarial em -5,3%. Há repercussão no consumo, que caiu, e cresceu a inadimplência no crédito. O nível de atividade econômica vai despencando. São todos os vetores do círculo recessivo.

Em 2016, a situação continua se agravando, em velocidade e intensidade maior. Segundo o IBGE, a taxa de desocupação atingiu 11,2% em abril, aumento de 3,2 p.p. em relação ao mesmo período de 2015, o que significa um contingente de 11,2 milhões de brasileiros desempregados, 3,4 milhões a mais em um ano.

Ocorre forte queda no número de empregos formais com registro em carteira de trabalho (menos 1,9 milhão de postos de trabalho fechados), assim como no assalariamento sem carteira (decréscimo de 770 mil).

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